Se você tem olho gordo
Quando está na piscina
Quase quebra o pescoço
Só fica olhando menina
E se passou dos quarenta
O teu coração arrebenta
Paranóia adrenalina.
Se tá comendo amarrado
No pão usa margarina
Anda de coleira frouxa
E pensa qué gente fina
Cuidado com o negão
Que tá agindo à traição
Paranóia e adrenalina.
Aprenda com a potranca
O quela sabe ela ensina
No galope à beira mar
Agarrado na sua crina
Se você não dominar
Nela não vai cavalgar
Paranóia e adrenalina.
Faça sempre sua reza
Do padre beije a batina
Fique bem desconfiado
De mulher da perna fina
Também mulher de bigode
Que Nem o diabo pode
Paranóia e adrenalina.
A mulher no carnaval
Se veste de serpentina
Nessa noite de folia
De sorriso e purpurina
Faz o homem se perder
Nesse dia de lazer
Paranóia e adrenalina.
Depois vem a quarta feira
E no tédio se amofina
Na descoberta tardia
Que dançou c’uma cretina
Foi duro de aprender
Nada mais pode fazer
Paranóia e adrenalina.
Voltando a realidade
Ajoelhado combina
De nunca mais conviver
Com mulher adulterina
Se liga nessa promessa
Para cumprir não tem pressa
Paranóia e adrenalina.
Homem que perde a moral
Na boca da cafetina
Fica com mágoa escondida
No olho atrás da retina
Anda de cabeça baixa
Só vive a toque de caixa
Paranóia e adrenalina.
Melhor é provar o doce
No suco da cajuína
Viver a vida legal
Explorando sua mina
Na sua comida caseira
Nunca que fará besteira
Paranóia e adrenalina.