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Contos-->Desatino -- 19/06/2002 - 21:01 (Vitor Hugo Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O fim da manhã surgiu rebelde, ventoso e quente.
- Apeteçe-me desatinar! - Gritei muito alto da varanda do quarto abrindo as portas de par em par, como se a multidão de um estádio me estivesse a ouvir por grandes colunas de som.
- Apeteçe-me viajar até ao Futuro agora, Já!... Construir uma sofisticada máquina com o poder de um cristal mágico, sem aborrecimentos ou esforços, sem pormenores técnicos... Assim fácil, Click!
- Apeteçe-me ficar fora de todos os contextos e partir para um lugar fictício onde tudo possa existir e fluir ordeiramente mas sem regras dissabores ou violência; sem restricções tabus ou preconceitos e fazer uma Vida Plena atingindo todos os objectivos com toda a facilidade.
- Quero um Mundo superiormente evoluído como um Sonho Bom! - Disse eu poderoso como se apedrejasse o Silêncio, orgulhoso de ter acordado tarde e saturado da calma que insistentemente me dominava.
- Quero ir ao casamento da gibóia com a girafa e assistir á pompa da cerimónia presidida pelos gnomos da Floresta. Quero ver a Lua de Mel pingando doce, sentado numa poltrona de veludo carmim.
Quero ir ao desfile de todos os seres fantásticos do meu imaginário, á festa de todos os sabores e cheiros... Povoar o meu devaneio de todas as flores, mesmo as de Baudelaire. Quero nadar em águas mornas e surfar nos meus universos intergalácticos interiores sem nada para procurar, mergulhando pacificamente na leve agitação da minha creatividade e bater com os pés fazendo alarido e salpicando de loucura este meu longo caminho para a desejada Felicidade. Apeteçem-me todas as fantasias sexuais. Quero uma orgia sublime no meu reino feita de todos os prazeres, de todos os sons de dentro, mesmo os mais guturais; animais. Desejo ouvir os sons mais belos de todos os instrumentos e vozes fundirem-se num só, lindos e puros como Jazz, de todas as cores e movimentos de dança de árvores titânicas, em toda a sua sabedoria, rodeadas de tambores e congas, ecos e Tlin-Tlins.
- Quero o Tudo, belo e simples como numa tela de Miró!
- Apeteçe-me desatinar! Liberdade!
Um Lobo, seguiu-me de perto na minha fúria com uma expressão carregada. Saí falando muito alto, gesticulando frenético e dizendo frases longas sem respirar. Segui com passo apressado o caminho da estrada que contorna a aldeia. O Lobo deteve-se perplexo ao verificar que eu não seguia a direcção recta do povoado, mas continuou fiel aos meus passos mantendo todavia uma cautelosa distância.
Calei-me ao fim de algúns instantes, talvez devido ao esforço da caminhada em marcha ainda violenta, talvez não...

(continua-talvez)
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