Essa minha afilhada é mêrmo o cão in figura de muié!
Essa minina Milena
Têm mêrmo capacidade
Tudo qui diz é bem dito
Num inscreve bestidade
E tem uma alma bela
Eu bem quria vê ela
Sê ministro di verdade.
Muié fême di verdade
Só podi sê quiném ela,
Sua energia enche a mão
Quiném cabo di suvela,
Sua aligria incoraja
E duvido inté qui haja
Ôtra muié cuma aquela
A sua famía é bela
I tudo muito educado
O Luiz é um sujeito
Repreto de predicado,
A bia i a impregada
São almas iluminada
Assim cuma o Leonardo.
Sempre qui Ieu tem passado
Na sua casa em visita,
A bia fazendo festa
Sorri latindo e se agita
Faz festa inté di menhã
Dibaxo do franboian
Quando no galho mi fita.
Minha alma tamém parpita
Com tamanha recepção
E as vez a minha afilhada
Vem fitá a amplidão
Deitada em sua rede
Entre a culuna e a parede
Do arpendre do oitão.
Ieu chein de emoção
Fico tudo observando
Pois cum a brisa da noite
Que bate lhe arrefrescando,
O sono lhe adormece
E o Luiz entonce aparece
Carinhoso lhe chamando.
I é nessas horas, quando
Passeio na casa dela
Que sinto emocionado
Tanta sardade da Bela
Que pidindo a Deus, o lôvo
Sonhando in morrê di nôvo
Mode di Í lá prulado dela.
Cuma era bela a Bela,
Nunca pude lhe isquecê,
O seu chêro tinha o chêro
Das fulô de muçambê
I sua bela filusumia
Alumiava meu dia
Cuma o sol ao amanhicê.
Milena, Ieu tem pru suncê,
Uma amizade tão pura
Qui é dasquelas danada
Qui a vida tôda perdura,
I nem a morte distrói
I o tempo num corrói
Mêsmo além da sepurtura.
Aceita as bença pra tu i tua famía, desse prêto véi infumaçado qui t~em o fôigo di sete gato, Limêrinha do tauá