Durante todo processo da economia de salvação do homem, Deus prepara seu povo para o grande e verdadeiro sacrifício, o Sacrifício Perpétuou em seu filho Jesus, a vítima sem defeito, o Cordeiro de Deus.
Assim, inspirou os patriarcas, sacerdotes e profetas a ofereceram vítimas em altar de sacrifícios, sem nenhum defeito, sem mancha!
Deus pede a Abraão que sacrifique Isaac, seu único filho, mas o Senhor intervém através de um anjo que susteve a mão de Abraão e lhe oferece um cordeiro para ser sacrificado em lugar de Isaac ( Gn 22,2-14). Naquele momento aparece um cordeiro, como prefigura do Filho de Deus que seria imolado para salvação do homem.
No altar do Senhor, celebramos a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, lembrando a última ceia de Jesus com seus discípulos. A celebração é em memória, mas o que se dá ali é a transubstanciação do pão em Corpo de Cristo e do vinho em Sangue de Cristo.
Deus revela numa visão a Isaias a Santa Eucaristia que haveria de instituir: “... vi o Senhor sentado num trono... Os Serafim se mantinham junto dele... Suas vozes se revezavam e diziam: ‘ Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra interia proclama a sua glória’( Is 6,1-4) Santo, Santo, Santo! Os anjos repetem três vezes a palavra ‘Santo’, dando glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, presentes no momento da consagração do pão e do vinho.
“Ai de mim, gritava o Profeta. Ai de mim porque sou um homem de lábios impuros e habito com um povo (também) de lábios impuros e, entretanto, meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos!”( Is 6,5) - Um dos serafins voou em minha direção; trazia na mão uma brasa viva, tomada do altar..Aplicou em minha boca e disse: ‘Tendo esta brasa tocado teus lábios, teu pecado foi tirado, e tua falta, apagada”...( Is 6,6-8).
Aproximando-se o dia de sua Paixão, Jesus enviou Pedro e João à sua frente para que lhe preparassem a Ceia da Páscoa. Em seguida, pondo-se à mesa com seus amigos disse: “Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer” (Luc 22,15). “Durante a refeição, tomou o pão, benzeu-o, partiu-o dizendo: ‘Tomai e comei. Isto é meu corpo; fazei Ito em memória de mim”. Jesus não disse isto representa meu corpo. Ele disse: ‘Isto é meu corpo”.(Mt 26,26; Lc 22,19).
O significado que a fé católica atribui às palavras: ‘Isto é meu corpo; fazei isto em memória de mim’ é muito diferente do sentido que nossos irmãos separados dão à celebração da ceia. A doutrina católica nos ensina que ao recomendar que se fizesse isto em Sua memória, Jesus transmite aos apóstolos e através deles a seus sucessores a autoridade para mediante súplicas ao Pai, invocarem o Espírito Santo, a fim de que o Pai envie o Espírito Santificador para que as oferendas se tornem o Corpo e o Sangue de Cristo. O rito é em memória, mas o momento litúrgico é de transformação de pão e vinho, na carne e sangue de Jesus.O que se dá no altar, segundo a fé católica, não é uma representação, mas uma transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Jesus (cf.CIC § 1105).
Não podendo compreender os mistérios que se encerra nessas palavras, "não ponha em dúvida se a hóstia consagrada é ou não o Corpo de Cristo, aceite com fé as palavras do Senhor, porque ele, que é verdade, não mente” (São Cirilo).
LIMA, Adalberto Antônio de. A Luz do Mundo
|
