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Artigos-->FUVEST: apenas uma prova -- 01/02/2008 - 16:41 (Jefferson Cassiano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hoje é o dia do sofrimento de milhares de vestibulandos. É o domingo da primeira fase da seleção da FUVEST. Para os que encararam com seriedade esse desafio, é a hora e a vez de testar, sem simulação, se o que foi estudado servirá de chave para a porta de entrada da universidade pública. É, também, um momento de muita ansiedade para esses mesmos aplicados aspirantes que suportaram os apelidos de nerd, cdf, bitolado, ofensas idiotas de gente idiota.

Não sou do partido do vestibular. Quem leciona no Ensino Médio sabe o quanto a perspectiva de uma prova baseada num conteúdo pré-determinado engessa o professor e as atividades em sala de aula. Sobretudo nas escolas que se baseiam mais na cooperação que na competição, o conflito é inevitável. Há uma intenção verdadeira de cultivar valores, mas há, também, o imã do vestibular que atrai todo o processo de ensino-aprendizagem. Em vez de se ensinar a escrever, ensina-se a redigir dissertações para fazer uma prova de vestibular, um gênero de texto limitado por convenções que dificultam seu uso no dia-a-dia. O desafio da leitura é trocado pela necessidade de cumprir a via-crúcis da lista unificada, obras impostas que não transformam jovens em leitores. Isso para ficar nas aulas de redação e literatura.

O vestibular não leva em conta o desempenho passado do aluno. O vestibular é injusto, pois favorece as famílias mais ricas. O vestibular, mesmo hoje, é artificial e não filtra os perfis adequados para cada profissão. O vestibular é tudo isso. Mas ele existe. Não se sabe até quando, mas está aí, tirando o sono de muita gente. Ensaia mudanças, mas continua a ser uma prova um tanto desligada da vida real. Resta-nos enfrentá-lo. E já que aquilo que nós professores podíamos ter feito durante o ano letivo está feito, sobra apenas a oportunidade de dar uns toques, como sempre, bem intencionados aos que hoje encaram a fera. Serve também, talvez principalmente, para provocar os pais, padrinhos e tutores da moçada e da rapaziada, gente que às vezes confunde apoio com pressão.

Não são dicas do tipo: confirme o local da prova; chegue uma hora antes; leve documento pessoal, água e alguma coisa para comer. Tudo importante, tudo repetido, tudo, espera-se, decoradinho. São duas considerações nada técnicas. Primeiro: o vestibular não é o momento definitivo da vida de ninguém. É importante ter a noção do tamanho desse evento na extensão de uma vida. Um jovem de vinte anos ainda vai realizar tanta coisa que não serão nove dezenas de questões (tudo isso!) bem ou mal respondidas hoje que mudarão o futuro dele para sempre. Pensar assim não é antecipar um possível fracasso. É reduzir o peso nas costas e na cabeça. Se não der agora, bola para frente.

Segundo: todos têm o direito e a capacidade de passar na FUVEST e estudar na USP. Mesmo que o perfil do estudante não seja exatamente o de um devorador de apostilas. Pense naquele seu tio doidão. Até ele estudou na ECA! Elimine da sua cabeça a idéia de que a USP é um Olimpo habitado por deuses e semideuses. A USP, como qualquer instituição, abriga uma diversidade de cabeças e jeitões. Quem disse que você não tem a cara de um deles?

Há uma outra dica ainda, mas receio que esta chegue atrasada: evite ler artigos que contenham dicas para o vestibular. Eles podem deixá-lo ainda mais tenso, pois, em algum trecho, virá a frase que mais irrita quem está nervoso: vá com calma! Boa prova para todos e, principalmente, para os meus alunos, que eu sou coruja.

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