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Contos-->FLORES NO VASO -- 23/06/2002 - 16:42 (Veneza de Almeida Babicsak) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FLORES NO VASO

Saem apressadas de casa. Quase não falam, hoje estão atrasadas, entram no carro e percorrem as ruas como se o mundo não mais existisse, tudo parece ser tão distante para elas, nada mais tem importância. Estacionam o carro no lugar de sempre e entram na mesma floricultura. Muitas flores, lindos vasos e arranjos. Qual escolher? Difícil, todos arranjos são lindos, mas elas querem sempre o mais bonito e nunca conseguem chegar a um acordo.

- Eu prefiro as flores brancas, fala uma delas.
- As amarelas são mais lindas, retruca a outra.
- Flores coloridas ficam melhores, murmura a mais brava.

E aí? Para não haver brigas, decidem que cada uma levará suas flores preferidas. Brancas, Amarelas e Coloridas do campo. Cada qual abraçada ao seu ramalhete saem da floricultura e aí começa o longo percurso, a rua parece não ter fim, os pensamentos voam, seus olhares distantes e tristes preocupadas em chegar ao local almejado.

Assim que chegam, numa harmonia de gestos e movimentos, uma seleciona e separa as flores, outra limpa e arruma e a mais brava vai buscar a água. Começam então a colocar as flores no vaso e novamente não chegam a um acordo. Uma reclama, outra não quer que atrapalhem o seu arranjo, e a terceira só observa. Missão difícil, elas querem que aquele arranjo seja o mais lindo daquele lugar, o mais esplendoroso, o mais chamativo, o mais exuberante. Assim que terminam, observam todos os lados do vaso, uma arrumadinha aqui, outra acolá, se olham e uma delas murmura:

- Está lindo! Bem colorido, e as fores vivas, não é?.
- Sim, muito lindo, responde a outra.
- Que tal pai? O senhor gostou também? Trouxemos estas flores para você.
- O vaso está bem colorido, do jeito que o senhor gosta.
- Espero que elas não murchem logo, afinal o sol está escaldante.

Olham entre si como se estivessem esperando uma resposta para aquela súplica, só que não há resposta. O pai jamais responderá. A mais brava fala baixinho para ele que ainda é seu marido:

- Amanhã eu volto prá ver se tudo está em ordem, como você gosta. Tchau.
- Tchau pai, fica com Deus e olhe por nós, exclama a filha.
- Tchau pai, sinto sua falta, fala a outra filha.

Beijam o retrato exposto ali, naquele túmulo e ali, deixam seus sentimentos de amor, carinho e saudade naquele simples vaso de flores e sem condições de olhar para trás, as três novamente retornam o mesmo percurso, mais um, em milhares de outros que farão.

Veneza de Almeida Babicsak
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