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Cronicas-->CIDADE DE SÃO PAULO -- 04/04/2002 - 12:36 (Clarissa Feder) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A nostalgia toma conta de mim. Chove saudade no meu céu interior. Tenho um choro guardado, como um segredo. Tempero meu coração, para não cair em lágrimas. Apesar de tudo, escrevo...

São Paulo, minha cidade, já foi muito privilegiada pela natureza. Hoje é um grande centro urbano, com prédios, ruas e ruelas, de um vasto império de concreto e aço, que não se cansa de se expandir por sobre egos exaltados e fortunas prodigiosas, baseadas em dor e ganància.

É uma cidade com misturas de raças e povos. Místicos, trabalhadores, viajantes ou vagabundos... pessoas que vasculham em busca do que é raro, de um abrigo, um pouco de alimento, trabalho e o mínimo de paz. Nem sempre encontram o que procuram. Há lutas ferozes para espaços serem conquistados... é uma cidade desgastada por fúteis batalhas.

Muitos se perderam pelo caminho. Em cada canto, nascem sonhos mortíferos. Tão raramente a chuva cai, e quando cai, é em pranto, cai amarga de sofrimento.

Sinto-me triste, porque São Paulo está em constante decadência. A minha terra, de que eu deveria me orgulhar, não me dá motivos para isso. O que eu sinto é como se tudo o que vejo fosse pela última vez... a paisagem, a cidade, o amor que sinto por ela...tudo tem jeito de adeus... e para os outros, não importa o que eu sinto...

Meus sentimentos estão machucados... minha cidade se perdendo... Foi em São Paulo que eu solidifiquei meus sonhos, na esperança de realizá-los. Edifiquei uma estrutura de argumentações para alcançá-los, maior que todos os prédios que nela existem. Parei no tempo da realidade, e vivi em sonhos...

Acordei para saber que nada mais existe. Que a minha solidificação estava fora de dimensões e que as estruturas argumentais armadas, tinham mais força que a força de meus sonhos.

Acordei para ver que a minha esperança desfilava em trapos, na expectativa de um final feliz. Acordei para saber que a esperança é apenas um "não" que tentamos não aceitar. E acordei para saber que a distància que me separa do passado sereno é maior que o maior prédio da cidade e não há forma de se erguer uma ponte que supere essa distància. Percebi que perdi meu tempo relembrando o passado, porque sei que não há esperança de futuro...

É nesse momento que o meu silêncio se instala... meu mal-estar é tanto, e as minhas emoções estão tão confusas e tão violentas, que a minha garganta emudece...

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