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Artigos-->O Labirinto do Minotauro -- 22/03/2008 - 10:03 (Hideraldo Montenegro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O LABIRINTO DO MINOTAURO





Hideraldo Montenegro







“Travada a mente na ideologia...”

Caetano Veloso





Quais os limites da reflexão intelectual, racionalista? O intelecto é suficiente para captar toda a verdade?

Existem duas alegorias citadas por um escritor famoso, em dois de seus livros, que são bastante significativas em relação à questão acima. Numa delas o personagem principal entra num castelo para falar com o seu proprietário e, logo na entrada, recebe uma colher com um óleo. Ele deve conduzir esta colher, sem derramar o tal óleo, andando por toda a extensão do castelo até o aposento onde está o seu proprietário. Quando encontra o proprietário do castelo este lhe faz uma pergunta: o que você observou em meu castelo?

Surpreso o personagem percebe que, de tão preocupado em não derramar o óleo da colher, não prestou atenção na beleza do castelo.

Num outro livro, numa outra alegoria, a personagem principal, que num dado período de sua vida era muito radical, relembra uma discussão com o seu pai. Na casa onde moravam havia um relógio que estava parado há muito tempo. Ele marcava três e quinze. Durante umas das discussões, quando a personagem radicalizava uma posição, o seu pai a chamou até a sala onde estava o relógio parado. Apontou para ele e disse: “tá vendo este relógio? Mesmo parado ele está certo duas vezes por dia.”

É fácil perceber o quanto uma mente pode ficar emparedada por idéias fixas e, assim, perder a visão das coisas que a circunda. É uma forma de alienação. O racionalismo tem sua importância, isto é inegável, entretanto, ele é apenas e tão-somente uma ferramenta. Muitos se perdem em seu uso e, aquilo que era uma ferramenta torna-se o próprio objeto de vida. Há algum tempo usa-se uma expressão para designar tais posturas: “caretas”. O “careta” é uma pessoa prisioneira de sua própria mente (e suas limitações). O sentir também não é uma forma de conhecimento? A resposta é muito óbvia. Contudo, é justamente aí onde o extremamente racionalista perde o equilíbrio. Ele não consegue relaxar. Neuroticamente se policia o tempo inteiro.

As artes talvez sejam o melhor campo para possibilitar a libertação do ser humano. Hoje se fala muito em mudança de paradigma. O que significa isto?

Mude um conceito que você mudará a forma de ver as coisas e a vida. Então, como radicalizar conceitos? Devemos refletir muito a respeito do que seja informação e conhecimento. Falando de forma simples, a informação vem de fora, o conhecimento vem de dentro. O conhecimento não respeita grau intelectual. Ele simplesmente chega a alguns ou não. E, o seu maior indício é a sabedoria e sabedoria não tem nada a ver com intelectualismo.

Para alcançá-la é preciso um despir-se, um soltar-se. Não há nada mais libertador!



Como disse Gilberto Gil:



“Se eu quiser falar com Deus

Tenho que ficar a sós

Tenho que apagar a luz

Tenho que calar a voz

Tenho que encontrar a paz

Tenho que folgar os nós

Dos sapatos, da gravata

Dos desejos, dos receios

Tenho que esquecer a data

Tenho que perder a conta

Tenho que ter mãos vazias

Ter a alma e o corpo nus...”.



Penso que para encontrarmos a verdade primeiro temos que ser sinceros conosco mesmos, ou seja, precisamos nos libertar de tudo, nos depurar, nos limpar de todos os conceitos, que não passam de preconceitos.

É sempre bom lembrarmos o maior cientista do século XX. Einstein, paradoxalmente, era extremamente intuitivo e afirmou, numa frase reveladora: “Penso 99% e nada encontro. Paro de pensar (e, a intuição livre, se revela*) e a verdade me vem”.



*grifo nosso.

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