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Artigos-->Muito beijo na boca! -- 23/03/2008 - 23:27 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MUITO BEIJO NA BOCA!





Os costumes estão sempre em mutação. Do namoro de portão à sala de visitas já foi progressão. Andar de mãos dadas pela rua era sinal de permissão – do pai da moça – para aquela união. Mas o beijo... tinha que ser escondido, senão... que papelão! Moça de família não fazia isso em público, não.



Dos anos sessenta do século passado para cá tudo isso mudou. Desde então, as mulheres começaram a ter mais liberdade. Os pais já não podiam controlar tanto o namoro das filhas, muito menos escolher o noivo para elas. Tiveram que se adaptar à nova realidade. As garotas passaram a andar em turmas, junto com rapazes, para ir ao cinema ou a festas. Muitos namoros aconteciam no interior desses grupos. A figura da “vela” – acompanhante na sessão do cinema - desapareceu. O hábito das mães acompanharem as filhas a bailes ou festinhas, também.



Os colégios de freiras e de padres, que antes só aceitavam meninas ou meninos, abriram suas portas a todos. Passaram a ter classes mistas. À saída das escolas, rapazes acompanhavam moças pelas ruas, namoradas ou apenas colegas. Cresceu a camaradagem entre os jovens. Já era permitido às meninas receber, informalmente, o namorado em casa. E também ter amigos, não só amigas, com quem trocavam telefonemas e idéias.



Ao completar dezoito ou vinte anos, muitas moças se casavam. Se estivessem na faculdade, paravam com os estudos para cuidar da casa e dos filhos.



Em pouco tempo tudo mudou outra vez. Na década de setenta, as mulheres não se conformavam mais em largar os estudos, queriam trabalhar. A idade considerada certa para o casamento foi retardada. Com mais liberdade, podia-se viajar em grupos, para um fim-de-semana na praia. Casais mais arrojados até ficavam juntos no mesmo quarto, o que ainda provocava certo escândalo.



Em fins da década de oitenta os namorados – que não fossem tão jovenzinhos - já se aventuravam em pequenas viagens sem a companhia da turma. Autorizadas pelos pais ou disfarçadamente.



No decorrer dos anos noventa, mudanças mais bruscas ocorreram. Os adolescentes traziam amigos para casa e o grupo se reunia no quarto. Antigamente nenhum rapaz -que não fosse irmão - entrava em quarto de menina. Agora era natural. Às vezes, depois de uma festa, moças e rapazes dormiam na casa de alguém, todos juntos, amontoados em almofadas e colchões improvisados.



O que mais chocou os pais, porém, foi quando começaram – com ar mais cândido do mundo - a trazer a namorada ou namorado para dormir em casa. Da primeira vez que meu filho fez isto, levei um choque.O mesmo aconteceu com algumas das minhas colegas.Porém, como ir contra, se o costume agora era este? Bem... nesses casos, eles eram “namorados”.



Aos poucos passei a ouvir os jovens falar de outro modo. Namorar é coisa mais séria, quando se tem interesse em estar junto sem compromisso, é “ficar”. Do ficar - possível preâmbulo de um namoro – passaram ao “ficar vapt-vupt ”. Que acontece nas danceterias, nos shows, em festas. Fica-se naquela noite e pronto. E tudo começa com o “beijo na boca”, como eles dizem, “muito beijo na boca”!







Beatriz Cruz



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