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Poesias-->O AMOR DAS ESTAÇÕES -- 21/08/2002 - 18:14 (Ari de souza) |
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Estou tão cansado
Como uma velha folha,
Lançada ao vento
Arremessado ao chão.
Algum tempo passou
Passaram pessoas
A poeira tirou-me o brilho.
Eu aqui vi
Todas crenças dissolverem-se.
Um dia, Abrisa passou
Trocamos meias confidências
E o som de sua voz zunindo
Alegrou minha noite.
Passamos a nos ver dia a dia
Um casal de encontros inusitados,
Pois acreditem,
Éramos passageiros, amigos ainda.
Então a primavera fechou-se
Eu, tão cheio de pigmentos,
Verdes colorações
E declarações rimadas em versos alexandrinos,
Estava eufórico.
Mas ela apenas sumiu
Sem deixar qualquer resto de fragrância.
Verão quente, solitário
Desbotado, amarelo de cor terra
Transpirei todo um amor contido.
Hoje, novamente senti sua beleza
E próximo admiti discretamente
Para com meus próprios sentidos
Que eu haveria de amá-la por toda existência.
Eu não era um corpo abandonado ao vento,
Tinha opinião, visões estratégicas:
Um intelectual em formação.
Possuía mecanismos de controle emocional
A energia brotava-me nas entranhas.
Depois de um período conturbado
O futuro me esperava gloriosamente.
Mas nem por isso,
Eu poderia negar
Que a influência que Abrisa exercia sobre mim
Era mais forte
Que toda ordem da mãe natureza.
Eu viveria com essa verdade,
Mas viveria sem ela.
Sabendo que era impossível tê-la todos os dias do ano.
Diante desse imenso céu
Plantando no meio de uma colina desértica
Hoje conto as estrelas, e o sono vem...
Cansado, vou-me enchendo de orvalho:
Lágrimas que só Abrisa
Poderá evaporar.
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