Maitê Proença tentou manter ocultos
os segredos familiares
Maitê Proença, numa tarde de domingo, convidada a participar do programa Domingão do Faustão, recebeu um choque terrível ao ouvir do apresentador, as perguntas que tocavam justamente numa ferida, julgada por ela ser desconhecida de todos.
Fausto Silva botando o dedo numa chaga antiga, trouxe à baila, diante de milhões de pessoas, o drama vivido pela atriz e escritora Maitê Proença quando tinha 12 anos e morava em Campinas (SP).
Agindo como se tirasse um quisto, a casca de uma úlcera ainda latejante, Faustão fez acontecer o que geralmente acontece, quando se abre um sótão, fazendo nele entrar o ar e a luz.
Por dizer-se traído, o pai da então menina Maitê, matou-lhe a mãe produzindo uma intensa comoção no restante da família. Ao processo judicial que se seguiu, em decorrência do crime, a jovem foi ouvida como testemunha do pai.
Findos os problemas legais, o viúvo adoeceu e vendo-se então desesperado, imobilizado numa cama, pediu à filha que o matasse. Diante da negativa da menina, o homem suicidou-se.
As cenas memorizadas pela adolescente quase nunca vinham a lume, sendo certo, entretanto que não eram sempre comprimidas nos subterrâneos do inconsciente, onde estavam latentes também uma gravidez e subseqüente aborto, praticado aos 16 anos.
Se era difícil e doloroso recordar aquilo tudo, imagine contar para alguém aquelas histórias! Bem mais penoso ainda, seria tornar pública as tais ocorrências daqueles momentos.
Acontece que os fatos não eram desconhecidos por algumas pessoas e quem conhecia a tragédia, só não dizia a ela - Maitê - saber das circunstâncias.
Pois então, dando agora a volta por cima, Maitê lança o seu segundo livro “Uma Vida Inventada” onde, dizem alguns, pode conter alguns resquícios daqueles instantes tenebrosos.
Além da obra literária que pode ser catártica, a escritora e atriz participará da nova novela das sete da Rede Globo de Televisão que começa a gravar em maio.
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