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Artigos-->A herança maldita dos militares!!! -- 17/04/2008 - 16:18 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
HERANÇA MALDITA DOS MILITARES!!!



Vale a pena lembrar. Houve muita coisa boa.



Agricultura



Publicado em A TRIBUNA - 22/05/2004



Pedro Alvares Cabral descobriu o Brasil em 1500 e o Brasil descobriu a agricultura em 2000.



Durante 500 anos a agricultura foi o rebotalho nacional. Entrava no jogo do poder de sobremesa. Mesmo quando o café era o centro da economia nacional, a agricultura não passava de uma moeda de exportação.



Agora, de repente, a agricultura virou a salvação da lavoura.



A indústria emperra, cresce a índices medíocres e ela dispara, comandando as exportações. Só que os neobobos de sempre pensam que aconteceu por acaso, de milagre.



Ainda esta semana, na "Veja", o pomposo Roberto Pompeu de Toledo pergunta "Por onde andará Alysson Paulinelli, que há 30 anos a revista `Time` elencou entre 150 futuros líderes mundiais" (dois brasileiros, ele e Célio Borja).



Esta é uma história que os felpudos sobrenomes quatrocentões de Toledo não lhe deixam saber. Paulinelli é o pai da nova agricultura brasileira. O que está aí nas manchetes, nas estradas, nos portos, nas gordas estatísticas do comércio externo nasceu há 30 anos de uma visão revolucionária dele.



Em 73, no governo Médici, o ministro da Agricultura, Cirne Lima, do Rio Grande do Sul, criou a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agrícolas). Mas ficou no papel. Cirne Lima brigou com Delfim, saiu, entrou o pernambucano Moura Cavalcanti. A Embrapa continuou uma idéia no papel.



Chega Geisel em 74, manda chamar para conversar o jovem secretário da Agricultura de Minas, Alysson Paulinelli, saído das salas de aula e da direção da Universidade Agrícola de Lavras, e diz a Geisel o óbvio: a agricultura brasileira só sairia da mesmice de 5 séculos de extrativismo se sofresse uma revolução tecnológica.



Geisel o convidou para ministro:



- Vamos fazer.



Paulinelli chamou o presidente da adormecida Embrapa, Irineu Cabral, e o diretor de Recursos Humanos, Eliseu Alves, e estabeleceram o rumo:



- Não queremos cientistas para resolver problemas da ciência, mas para resolver os problemas da produção.



Pegaram uma verba de US$ 200 milhões e escolheram, nas melhores universidades brasileiras, 1.600 recém-formados e os mandaram para fazer mestrado ou doutorado nas melhores universidades agrícolas do mundo: Califórnia, França, Espanha, Índia, Japão, etc. Estava plantada a semente da maior revolução já feita na agricultura da América Latina.



Eliseu Alves, logo o Eliseu Alves, que havia chegado dos Estados Unidos como uma referência mundial como cientista e como gestor de ciência e tecnologia, assumiu a presidência da Embrapa e implantou linhas avançadas de trabalho:



1 - Criou 14 Centros de Pesquisas, em 14 regiões do País, para pesquisar 14 produtos (exceção do café, que tinha o IBC, e do cacau, que tinha a Ceplac): soja em Londrina, no Paraná; mandioca e fruticultura em Cruz das Almas, na Bahia; milho e sorgo em Sete Lagoas, Minas; vinho em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul; feijão e arroz em Goiânia; gado de leite em Juiz de Fora; gado de corte em Campo Grande; seringueira em Manaus.



2 - Criou quatro Centros de Recursos Genéticos para o cerrado, em Brasília.



Não foi milagre. Trinta anos depois, o investimento da Embrapa em aprendizado externo e pesquisas internas explodiu a agricultura brasileira. Não foi milagre, foi competência, visão correta da ciência e do País.



Paulinelli voltou para Minas, seus estudos, suas aulas, suas assessorias. Eliseu Alves está em Brasília, com seus estudos, suas pesquisas, suas consultorias, ainda hoje o grande guru da agricultura brasileira.



AAAhhh! Esses militares!!!





Obs.: Oportuno e esclarecedor texto, buscado lá no fundo do baú por Osmar JB Ribeiro (F.M.).







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