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Artigos-->II ANTOLOGIA LITERÁRIA DO MARAJÓ -- 21/04/2008 - 16:38 (TARCISO COELHO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tarciso Coelho, Cearense de Várzea Alegre (CE), 54 anos, 4 filhos, Bancário, Técnico em Contabilidade, MBA em Auditoria e estudante de Administração. Após 27 anos no Banco do Brasil, aposentou-se em 07.07.2004 e em outubro do mesmo ano foi aprovado em primeiro lugar no Concurso para Técnico Bancário do Banco da Amazônia S.A., em Soure (PA), onde desde 15.04.2005, exerce suas atividades. Teve oportunidade de conhecer quase todo o País e algumas cidades do exterior. As vivências das viagens como Auditor e os trabalhos exercidos em regiões distantes da sua origem o inspiraram a escrever poesias, já tendo publicado o livro Liberdade, Picos (PI), em 2002. Participou da Antologia Upeana I, Picos (PI), 2005, da I Antologia Literária da Região do Arari – Marajó, Soure (PA), em 2007 e de revistas e periódicos de várias partes do País. É filiado à UPE – União Picoense de Escritores, em Picos (PI) e do Clube do Poeta e do Escritor Marajoara (CEPOEMA), em Soure (PA).





Agradeço a Bruno, Sampson, Tarcisinho e Ariadne,

meus filhos, que me inspiraram a sonhar

com o Mundo mais justo, ordeiro e pacífico

e a Humanidade mais consciente, livre e feliz.



Foi-se embora Patativa



Foi-se embora Patativa

Que cantava em Assaré

As coisas do seu sertão

Com muito amor e fé

Deixando órfã a nação

Dos poetas de cordel



Cantou coisas alegres

E as tristes protestou

Grande acervo deixando

Sobre o que considerou

No seu poder de mando

Na forma como rimou



Sorbone lhe estuda

Sob a regência do Cantel

Que aqui se encantou

Com o seu belo cordel

E para França levou

A obra do menestrel



Embora semi-analfabeto

Passou lição em doutor

Que mesmo tendo cultura

Sofria falta de amor

E à Patativa sem estudo

Sabedoria não faltou



Nasceu predestinado

Para fazer cantoria

Sobre o sofrido sertão

Como ele mesmo dizia

“Se outros cantam sua cidade”,

"Eu canto a roça que é minha".



Muito perdeu o Nordeste

Veremos tempos depois

Que nosso cabra da peste

Deste mundo se foi

No dia oito de julho

Do ano dois mil e dois



Agora que está no céu

Ao lado do Pai maior

Cante o que é eterno

Ou o que achar melhor

Mas não esqueça o Ceará

E o Sertão que ficou só.



08.07.2002



Desejos



Sede, fome, desejos...

assim me sentia

e ávido queria

logo satisfaze-los



mas como não sabia

por onde começar

fiquei a meditar

o que realmente queria



em rápido lampejo

a sede desvendou

o desejo do teu beijo



e sem muito esforço

a fome divulgou

o desejo do teu corpo



Dez anos de Tarcisinho



Jesus nasceu em Belém

Lá na distante Judéia

E Santo como ninguém

Defendeu uma plebéia



Tarciso nasceu mais perto

No nosso Belém do Pará

Lugar que não tem deserto

E chove mais lá do que cá



Sofrendo a maior pena

Jesus salvou Madalena

E toda a humanidade



Deus do Céu me atenda

Tarciso de idade pequena

Tenha grande felicidade



Lula Presidente



No dia seis de outubro

do ano dois mil e dois

voto Lula Presidente

e o resto conto depois



No dia 27 de outubro

do ano dois mil e dois

voto em Lula de novo

e o resto conto depois



Em seis e vinte e sete

Do dez de dois mil e dois

Disse votar em Lula

E o resto diria depois



A eleição foi tranqüila

E o metalúrgico ganhou

Foi tanto voto pra ele

Parece até que sobrou



Que o povo Brasileiro

Tenha um governo bom

Que saiba administrar

E do rumo dar o tom



Não deixe americano

Vir aqui atrapalhar

E com o efe eme i

Querer nos assustar



Que seja o governo sério

Como Lula sempre foi

Que pense primeiro em nós

E em gringo pense depois



Não precisa dar calote

Quem deve tem que pagar

Mas só pague a americano

Quando nos alimentar



O nosso grande povo

Que tanto voto lhe deu

Merece um bom Presidente

Por isso lhe escolheu



Que tenha sempre pra nós

Café, almoço e janta

E de barriga vazia

Não durma uma criança



Com fé e esperança

Vai seu povo governar

Sabendo bem distribuir

Para a ninguém vir a faltar



Que fique o Brasil em paz

Como Lula sempre quis

E viva o povo Brasileiro

Sem medo de ser feliz





28.10.2002





Sina do Caboclo



Quão triste a sina do caboclo

Que padece na vida Severina

Semeia o grão qual Deus ensina

E espera a chuva de bom gosto

Mas o sol queima o seu rosto

E a enxada caleja a sua mão

De tristeza chora sem ter pão

Sequer pra dar a uma menina

Jesus salva a pobreza Nordestina...

Com três dias de chuva no Sertão





Fontes de Vida



A nossa percepção,

Juízo e inteligência,

É o que nos conduz

E tem o nome de luz...



A adesão e anuência a Deus,

Seus desígnios e manifestações,

É o que a vida requer

E tem o nome de fé...



A ausência de conflitos íntimos,

Tranqüilidade d’alma e sossego,

É o que a todos apraz

E tem o nome de paz...



A confiança em conseguir,

Aquilo que se deseja,

É o que trará a bonança

E tem o nome de esperança...



Noite de Vigília



Enquanto tu dormias

Eu ficava a te olhar

Grande apetite eu sentia

Mas pude me controlar



Tua alcova devassar

Muito me constrangia

Optei por esperar

Tua concessão um dia



Estático fiquei

Mas vós te contorcíeis

E meu ser todo doía



Doía mas não pequei

Ainda estou a esperar

Um dia pra te amar







O Banco do Brasil em 2026



O Banco vivia cheio

Da clientela abarrotado

Mas com o mundo mudou

em sintonia com o mercado

e hoje é mais agradável

do que fora no passado



As agências são virtuais

O dinheiro também o é

Nestes dias atuais

Pra Maria ou pra José

O Banco parece ser

Um lugar de muita fé



Não é uma igreja

Nem qualquer religião

É apenas um lugar

Em que o povo tem atenção

Nem que seja virtual

Telepática ou mão a mão



A moeda de mais valor

Não é dólar nem real

É um abraço especial

Que as pessoas se dão

Encostando peito a peito

E coração a coração.



2001





O Advogado e o Ladrão



Em toda profissão

tem um palavreado

que chamam de jargão

data-vênia, sed-lex,

contra-légia, prescrição

e até jurisprudência

para acertar na decisão

só não sei bem o porque

de alguém querer dizer

que advogado é ladrão



um dia um consulente

ao causídico perguntou

seu doutor como se sente

para ser meu defensor?

só peço um preço bom

pois eu sou bom pagador

e o doutor lhe respondeu

se for grande a confusão

não defenderei ninguém

a não ser por um milhão



e o pobre consulente

sem ter como pagar

perguntou se o doutor

poderia amenizar

aquele preço tão grande

para um colega de classe

e abismado o doutor

olhou pro desgraçado

e depressa perguntou

você também é advogado?



sou não senhor doutor

eu sou mesmo é flagelado

retirante do Nordeste

cabra da peste aperreado

se aqui vim lhe procurar

com esta grande aflição

foi pra ver se o Doutor

me tira da confusão

pois não sou advogado

o que sou mesmo é ladrão



Dr. Santinho



Até aqui foi brincadeira

agora vou considerar

a mais nobre profissão

que alguém pode abraçar

e que com justiça e zelo

da lei faz bom emprego

pra defender o direito

quer do rico ou flagelado

e viva Dr. Santinho

nosso grande advogado



Ele agora vai-se embora

para o grande Mato Grosso

só porque chegou a hora

não houve qualquer desgosto

O pequenino Piauí

que tão bem lhe abraçou

espera que sempre volte

para ver que aqui deixou

este magote de amigos

que sempre tanto lhe amou



24.01.2003



Casar ou não casar? Eis a questão.



"Nunca se justifique, os amigos não precisam e os inimigos não acreditariam". (Ditado Árabe).



Como vivemos, no dia-a-dia, a dar explicações sobre o inexplicável?



Na convivência conjugal, talvez na esperança de criar um clima estável e de confiança mútua, mentem-se com tanta facilidade que tais mentiras tornam-se verdades. Os romances extraconjugais ou mesmo simples e inocentes paqueras são sempre muito bem escondidos pelo parceiro “pulador de cerca”. E os motivos são os de sempre, criar uma couraça no aparente mar de tranqüilidade do convívio conjugal, para felicidade da família, amigos e sociedade ou mesmo pelo medo de uma desgastante separação com as conseqüências nefastas que ela traz – pensão, distanciamento de filhos, familiares e amigos.



Bom seria se pudéssemos sair gritando estar vivendo um novo amor e isso não trouxesse tantos problemas para todos os envolvidos, pois se o prazer do amor é amar deveríamos poder amar intensamente sem tanto sentimento de culpa ou de traição.



Porque temos que estar engessados em um casamento ou união estável?



Machado de Assis ensinou: "Deus para felicidade do homem criou a fé e o amor, o diabo invejoso fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento". Mais atualmente, o surto de liberdade e igualdade das mulheres em relação aos homens, levou aquelas a se sentirem mais donas de si, pois muitas dizem: “Nunca troque o seu pior emprego pelo seu melhor marido”. Diferentemente das saudosas “Amélias” que diziam: “ruim com ele, pior sem ele”. Acho isso saudável, na esperança de que um dia todos sejam realmente iguais, homens e mulheres ou toda a espécie humana, para felicidade total da humanidade.



“A família é a célula mater da sociedade”. Não podemos questionar a assertiva, porém a liberdade de viver na plenitude nossas emoções jamais deveria ser tolhida. As pessoas deveriam escolher entre seus amores, familiares e amigos os que deveriam compor sua família. “Escolhemos os amigos, os parentes não”. É bem verdade, mas não deixam de ser famílias as uniões que hoje surgem: homem com homem, mulher com mulher, amigo com amigo, que “dividem as despesas”. Claro, se em clima de respeito e confiança mútua e isentas de promiscuidades e mentiras.



Se isto é utopia, quimera ou fantasia, continuemos nossa vidinha hipócrita de sempre e quando sua esposa lhe pegar “pegando” aquela empregada gostosa, diga: querida, eu juro que não sou eu..



Perdoar



Parece fácil perdoar. E é... Eu sei perdoar. Por isso perdou Jorge Bush, que em nome de seu país são mortas milhares de pessoas em volta do mundo, perdou também os soldados, que no cumprimento do dever matam seus adversários de mesmo ofício, perdoarei também os pais de Isabella, se é que foram eles que brutalmente mataram sua filhinha indefesa.



Perdoarei, embora sabendo que meu perdão não terá o mínimo valor para o caso que será investigado, esclarecido e eventuais culpados condenados na forma da Lei. Lei dos homens, não de Deus. Pela Lei de Deus a maior condenação será o remorso que há de perseguir até o fim da vida os algozes de Isabella, quem quer que sejam, os pais ou reles bandidos.



O meu perdão serve quase que só para mim, para que meu coração não apodreça diante de minha revolta por tão brutal acontecimento que causou comoção Mundial. Estou comovido, sou pai e avô e imagino o sofrimento dos familiares, mas não tenho o direito de condenar quem quer que seja, como simples mortal meu direito resume-se apenas a perdoar.



Por dever de ofício tive que apontar culpados em algumas ocasiões e numa dessas vezes vi o réu confesso tentar se eximir da culpa dizendo: “eu estava fora de mim, pois em sã consciência eu jamais faria isso”. Entendi o que ele disse, foram forças superiores, demoníacas ou mesmo simplesmente ocultas, que já foram invocadas até por um ex-Presidente da República para justificar seu ato de renúncia a tão importante cargo.



O fato inquestionável, a prova incontestável e o réu confesso. Cumpra-se o dever quem o deva cumprir, porém o perdão caberá sempre, o que jamais implicará em concordar com os erros de quem quer que seja, apenas em perdoar.



Tarciso Coelho.

Soure (PA), 21/04/2008.



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