SONETO I
O amor, vencido o limite, a efervescência.
no aroma que solta a flama, a chama
ao extremo, eis-me então na tua essência
imerso, à tarde no azul que renasce e dança...
Mas, de qual aurora ou de qual momento
os teus olhos castanhos mel, candeeiros acesos
luz, farol da manhã, fizeram o chamamento
emergindo em brilho nos meus desejos?
Ao meu caminho, o tempo soletra o teu nome
e do veio das letras, o meu céu floresce ardentemente
na relva mansa da minha rota, e em rondas insones,
no entanto, beijo os lábios da noite perdidamente...
Porém, tu me chamas, me entrego ao fogo do teu canto
nessa ardência, eu sei, o teu canto tem cordas da lua
transcende, pulsa: fulgor e desejo, quimeras ao vento
em que derramas o cântico sobre meu leito, nua!
Nhca
Agos/02
|