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Artigos-->Ficar ou namorar ? -- 27/04/2008 - 22:17 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FICAR OU NAMORAR, EIS A QUESTÃO

20/07/2003 Jornal Estado de Minas Bem Viver







O namoro sempre foi e será uma instituição importante na vida das pessoas. Nossa sociedade, porém, é muito superficial e tem a capacidade de banalizar as relações, tirando delas o seu verdadeiro valor. Assim está acontecendo com o namoro, que pouco a pouco, foi perdendo sua importância nas relações humanas, e se reduzindo a momentos fugazes de prazer imediato e quase se transformando no hoje chamado "ficar". Nada contra o prazer do encontro, sobretudo, o sexual. O namoro, porém, vai além disso, na medida que se trata da construção afetiva de pessoas que, em última instância, querem ser felizes. A primeira idéia, portanto, do namoro é que ele é uma construção. Duas pessoas, até há pouco tempo estranhas, se encontram e começam a modelar uma relação de intimidade, de troca, de partilhamento. E é nessa dimensão que cada namoro é uma grande oportunidade de crescimento. Na relação com o outro, meus limites aparecem.



Minhas dificuldades ou defeitos vão esbarrar nas dificuldades e defeitos do parceiro e vão exigir o desenvolvimento da flexibilidade, do diálogo, da tolerância, do respeito à condição humana, minha e do outro. Pensar no namoro como o encontro de pessoas "prontas", caras-metades, almas gêmeas, tem sido responsável por grandes frustrações no encontro homem e mulher e desenvolvimento do casal. O namoro é uma escola do amor. É caminho de aprendizado. E de cada namoro que eventualmente terminou, a pessoa deveria sair melhor.



O namoro é também um espaço do desejo. É talvez a primeira grande escolha do jovem. É o primeiro terreno onde, por maior que seja a insistência dos pais para participarem, a pessoa sente que é um direito dela escolher. E em se fazendo sujeito da escolha, a pessoa se estabelece pessoa e escolhe amar. O amor é uma escolha e é fundamental, porque as rosas são todas iguais, mas na hora que você escolhe uma, ela passa a ser única, absolutamente única. Como todo namoro, para ser namoro, tem de ter uma perspectiva de futuro, ele é também um depositário da esperança. A esperança é construída pela ação em torno dos sonhos, objetivos do amanhã. O encontro homem e mulher é universal e embora saibamos que nada é permanente, o desejo em torno do amanhã nos dá uma possibilidade de fazermos o que está a nosso alcance para viabilizar uma família, filhos, casa, etc.



O namoro é tempo de planejar amorosamente nossos desejos. Namoros muito longos, sem perspectiva de casamento, tornam-se fonte de ansiedade, angústia e menos valia. É claro que ninguém é obrigado a se casar com aquele com quem se está namorando. O namoro, porém, só faz sentido, se for com essa possibilidade. A invenção do "ficar", com seu significado original de conhecer melhor as pessoas antes de namorá-la, é interessante e sábia. Usá-la, no entanto, para encobrir o medo do compromisso, o medo de amar ou o medo da rejeição, pode provocar uma desvalorização das pessoas, uma sensação de vazio e um aumento do medo. E é essa visão construtiva do futuro que alicerça o amor. Os dois se tornam aliados.



Amor é aliança. Eu me alio a você para construirmos o mundo. Somos companheiros. Nesse sentido, o namoro não pode se tornar palco de competição e de hostilidade. Embora cada um tenha vindo de um mundo familiar diferente, embora cada um tenha características diversas, o namoro, como infelizmente tem sido, não pode ser de disputa, de crítica, de confronto. As brigas constantes dos namorados são o sinal da rivalidade, da inveja e do ciúme. Tratar desses sentimentos, tão nocivos à relação amorosa é tarefa de qualquer namoro que queira realmente se transformar num momento de felicidade.



Khalil Gibran diz: "Sejam como dois pilares que sustentam o mesmo teto, mas não comece a possuir o outro; deixe o outro independente. Sustentem o mesmo teto: esse teto é o amor".



Respeitar os pontos fracos um do outro. Ficar alegre com a alegria do outro. Aceitar o "não" de cada um são o alicerce dessa construção. Não se criticarem, não querer mudar o outro, não produzir medo e culpa no outro são conseqüências.



Namorar é a maior das brincadeiras humanas e por isso, deve ser levado muito a sério.





Antônio Roberto Soares



Postado por Beatriz Cruz



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