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Contos-->Do que ouço nas Kombis -- 26/06/2002 - 18:51 (Joana R) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Do que ouço nas Kombis




Ouvi essa quando estava vindo trabalhar. Moro perto do trabalho, mas o trânsito e duas conduções me fazem encontrar muito gente. No meio de tantas pessoas, logo cedo, é bom ouvir a opinião popular sobre os assuntos mais recentes, na maioria das vezes, as manchetes de jornal. Acho que daqui a muito pouco os jornais serão apenas manchete, porque parece que ninguém lê o resto...Não vem ao caso...
Uma senhora bem gorda se exalta ao falar num criminoso doentio, que para ela sofre de uma doença chamada safadeza e o remédio é a dor. Não basta morrer, porque morrer é bom demais, mas a morte é aceitável se resultar de muito sofrimento. Estupro pune-se com estupro...olho por olho... Do jeito que está exaltada, imagino se um dia já teve um ente querido numa situação dessas, espero que nunca tenha...
Basta a opinião dela para que todos sugiram as formas mais atrozes de dor, o que me impressiona: como são criativos e ferozes e tristes! Nascer para um dia com a cabeça tão repleta de idéias negativas deve ser difícil... Já fiz muito isso, depois resumir meu ódio a meus inimigos, agora estou meio sem tempo para eles, talvez deixe de odiar. Acho que sentimento é uma questão de cuidado, você precisa regar sempre e a distância dificulta, nesse caso, ainda bem! Do mesmo jeito o amor...
Essa mesma senhora gorda, não gravei o nome, mas o rosto triste e bravo não esqueço até hoje, agora falava de corrupção. Disse que os corruptos sofrem de uma doença chamada safadeza e o remédio é a miséria. Ela não concebe uma acusação que não resulta em condenação e gostaria de chamá-los safado para que se envergonhem para o resto das vidas. Mas a pena seria perder todo o conforto que o dinheiro traz e mudar para uma favela, viver com um salário mínimo, ter que andar de kombi, não Ter médico, lazer e serem bem pobres, bem infelizes. Será que ela já foi uma política corrupta um dia??? Ela está pagando a pena para quem?
A única coisa que ainda acreditava da política era no seu compadre, candidato a vereador no próximo ano, que seria eleito com a “graça de Deus” para que calçasse a rua, arrumasse uma escola decente e um emprego para filha mais velha( ela vai se formar cientista, ou é no científico, algo por aí).
Mas a kombi finalmente chegou ao supermercado, ela desceu num pulo. Não era tão gorda, nem tão triste, era mais uma mulher furando fila na frente do supermercado, porque era uma ótima promoção, ela não poderia perder. Desejei que tivesse um bom dia, no silêncio claro, acho que teve, o estoque era grande e pode comprar tudo que o dinheiro dava e ainda sobrou R$ 0,50 para um sorvete tipo italiano e R$ 0,50 para Kombi ...









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