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Poesias-->Lembrança da dor -- 24/08/2002 - 01:47 (Geane de Oliveira) |
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A cor
Que no corpo dourado mostramos
É viva história
Do povo que somos,
Da herança por nós ganha,
Dessas marcas com que ficamos.
Quando o amor falta
Sobra a arma,
A gana,
A hierarquia deturpada
De um povo sem alma
Que venceu no infortúnio.
E vemos a dor
Sofrida e amargurada,
Intrínseca, marcada,
Que nos remete ao passado,
À força desgraçada
Do homem subumano.
Sangue na carne.
Suor que escorre
Na dor e na desordem
Que hoje ainda sofre
O homem da cor da terra
Que cresceu sob o terror.
Mas ainda que nos curvemos
Ao homem sofrido
Que fora por nós maltratado
Não pagaremos a dívida
Da história
Maldita e penosa.
Teremos que valorizá-lo
Pela sua arte,
Pela sua parte
Que vemos desenvolver o mundo,
Enriquecer nossa Pátria,
Antes que a Mãe Gentil nele bata.
Queremos a vida embalada
Por canções de gozo,
De um povo vivo
Sem pesadelos a atordoá-lo.
Com a dignidade aflorada
Pelo amor a sua raça.
Curvemos nossas frontes
Antes que a vida nos demonstre
A lei do amor e da arte
Que denegrimos dia após dia,
Sem pena nem opróbrio,
Diante da verdade.
Vai, leva tua vida.
Antes que o sol que brilha
Agora, nesta terra,
Mude a tua cor,
A ser escravo da dor te leve
Por teres maltratado com ardor
Sem perceberes no outro
As marcas por ti deixadas. |
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