Athos, não estou sozinho!
E nem vivo no nordeste
Fale só coisa que preste
Também não sou coitadinho
Pergunte pro seu vizinho.
Em pingo dágua dou nó
Sou manezinho de icó
Por isso anulo você
Que não passa de beber
E fede que nem socó.
Além de meter minha mão
Eu também como abelha
Para acender a centelha
Chupando manga sou o cão
É melhor prestar atenção.
O cabra pra me matar
Tem que muito rebolar
E brigar por mais de três
Senão vai é pro xadrez
E nunca mais sai de lá.
No lugar onde nasci
Não existe a solidão
Só se morre de paixão
Cabra mole eu nunca vi
Eu lá me criei e cresci.
Onde tem cabra valente
Que morde que nem serpente
E não leva desaforo
Por isso faço esse coro
Pra nego inexperiente.
Te chamo de Athos Miralho
Somente pra provocar
Se quiser pode encarar
Você pra mim é piralho
Carta fora do baralho.
Cê na briga nem ensaia
Vai pra debaixo da saia
Da tua mulher amada
C´a calça toda borrada
Todo fedido desmaia.
Sua rima tá complicada
E sua voz tá fraquinha
Você é como fusquinha
Pelejando numa estrada
Não tá andando quase nada.
Diante duma Ferrari
O teu, pois é, não compare!
É melhor você correr
Pra mode cê não sofrer
Fecha tua boca e se cale.
Lembro a estória do touro
Que cê andou se atracando
O povo ficou falando
Na época foi um estouro
Queriam tirar teu couro.
Achei aquilo esquisito
Fizeram o maior agito
Naquele gesto animal
A galera falou mal
Relembrar eu me permito.
