Carta para Paula
No meio de tanta mudança, estava eu, perdida e sem saber a onde chegar. Como um animal assustado, cachorro sem dono, de rua, sem destino, apenas indo sem saber porque. Assim mais para cão do que para gato, simplesmente indo, atravessando as ruas dessa grande cidade. Tendo a pretensão de achar o mundo pequeno. Pequena eu, menor que uma formiga, uma bactéria, uma partícula de pó, pó cósmico. E daí que veio a mágica. Inacreditável de onde você veio. Veio para crescer e iluminar. O veio, o curso da vida, despejando pela óbviedade a idéia que a vida pode ser muito mais. Crescendo a cada mês, brigando pelo seu espaço, empurrando meus limites, mexendo, cutucando, movendo o meu corpo e minha cabeça. Não mais um cão acuado. Uma fera, fera dócil que espera. Brigando por sua natureza, mais do que por uma boa causa. Justificando a vida, tendo o poder de transformar, de mudar, de renascer em um novo ser, pela oportunidade de viver, viver denovo, reaprender,de aprimorar do velho um novo ser. Você foi um presente, todo dia agora é presente, um dia novo, onde o mundo pode estar cinza mas você é o sol, o sol de todo dia que me ilumina.
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