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Contos-->A viagem -- 29/06/2002 - 20:51 (Darques Lunelli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A viagem

Eu não sabia
que virar pelo avesso
era uma experiência mortal.
ANA CRISTINA CESAR


Ouviu o latido quando o portão foi aberto e acomodou-se melhor na poltrona. Desde que acordara tinha a impressão de que pequenas partículas de poeira a cobriam inteira, por isso lavava constantemente as mãos. Tinha, também, a bexiga solta, mas isso somente porque a viagem estava marcada para este mesmo dia, não se impressionava mais. Desde a noite anterior a mala estava arrumada: colocara o necessário para dois dias. Acreditava que não demoraria mais do que isso e a certeza de que esse tempo era suficiente dava-lhe uma certa tranqüilidade.
Demorei?
Não, disse.
Levantou-se para servir uma dose de uísque, sabia antes que dissesse que era isso o que queria.
Parece que adivinhas.
Afastou a cortina.
Tudo certo?
Tudo, ele disse. Nem fez perguntas.
Ótimo. Agora podemos pensar em nós.
Temos todo o tempo que quisermos.
Todo o tempo que cabe em dois dias.
Não se torture dessa forma. Um dia...
Um dia é muito tempo, interrompeu. É muito distante.
Não recomeces.
Quem está recomeçando?
Ele tirou a camisa.
Ela não disse nada?
Nada. Estranhei, mas foi melhor assim.
Desafivelou o cinto, tirou a calça e colocou os pés sobre a mesinha.
Tens cigarro?
Aí ao lado, disse.
Senta aqui.
Caminhou lentamente, esfregando as mãos.
Estou com saudades do teu cheiro.
Sentiu o beijo no pescoço como uma alfinetada. Passou a mão pelos cabelos revoltos e encarou-o.
Queria que fossem dois séculos.
Não penses nisso agora.
Começou a desabotoar sua blusa. Sentiu a mão insinuando-se entre os seios. Fechou os olhos, tentando esquecer a vontade de ir ao banheiro.
Espere um pouco, disse.
Quando retornou ele estava nu. Observou de longe o corpo estirado no sofá. Demorou-se olhando os pêlos do peito que desciam compactos até o ventre.
Ainda vestida?
É que...
Deixe-me cuidar disso.
Enquanto a despia viu que ele excitava-se. Sentiu tanta ternura que acariciou-o. Com a ponta dos dedos identificou as veias intumescidas, sentiu que crescia na palma de sua mão.
Venha, ele disse.
Pela primeira vez ficou de olhos abertos: queria observar seu rosto enquanto a penetrava. Tinha a boca contorcida, os olhos fechados.
Gostosa.
Mexeu o quadril, incentivando-o.
Isso: mexe.
Ele agora sugava o mamilo do seio direito. Levantando-se, abrupto, disse:
Quero a bundinha.
Ficou olhando enquanto ele lubrificava o membro tenso.
Levanta um pouco mais, disse sorrindo. Isso.
Fechou os olhos.
Tá doendo?
Não.
Vou colocar tudo... Assim. Mexe agora, isso, mexe. Gostosa.
Ele a segurava pelos ombros. Esqueceu-se da dor pensando que as horas passavam.
Gostosa. Mexe mais, vou gozar na tua bundinha.
Não demorou a sentir o peso do seu corpo estirando-se sobre ela. Esperou que adormecesse e então se afastou lentamente. Foi ao banheiro, lavou-se. Cerrou uma a uma as janelas, as portas, colocou a vedação nas frestas. Deitou-se ao seu lado e, em poucos minutos, começou a sentir o cheiro do gás.

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