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Artigos-->Já Me Acostumei ! -- 18/05/2008 - 16:56 (aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa/Alcir JT. de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Já Me Acostumei!







Desde a infância no seio da família; ou como prefiro: dos parentes, nas reuniões e nas festas, quando visitávamos os demais membros do grupo próximo ou distante, que sempre percebi entre os mesmos e seus amigos próximos(obviamente que não todos) uma certa animosidade disfarçada que deles emanava em minha direção. Em primeiro lugar pois eu era uma criança inteligente e desafiadora, questionadora e corajosa o suficiente para despertar o embaraço e animosidade, sempre que contestava embasado e consubstanciado meramente pela lógica e pela razão as afirmações obtusas e as mentiras deslavadas que sempre passavam desapercebidas as outras crianças mais velhas ou de minha idade mas que de mim não escapavam.

Em muito devo aos antigos, a minha desdita pessoal no que tange as relações com os adultos de então, haja visto que eles os mais velhos,cujas idades variavam entre 60 e 90 anos seguiam unânimes em sua uníssona e propagada verdade incontestável de que eu era o mais inteligente de toda a família; comparado mesmo ao grande expoente Dr. Jose de Góes, grande médico,pensador e inventor (Pablo Vita o Pão da Vida a primeira farinha tipo Láctea dentre outras coisas) e o Tio Zé (Major Jose Colatino de Góes e Siqueira irmão comunista de vovó ) que endossava o coro que apregoava minha superioridade intelectual sobre os demais rebentos da família : Aí é que a porca torcia o rabo..... !

Não que eu discorde destas reais e incontestáveis afirmações e constatações pois eu conhecia e convivia com os néscios de meus dias inclusos ai os que comigo dividiam algum grau de consangüinidade; porém imaginem seus pais (também nada brilhantes) e seus sentimentos e orgulhos mortalmente atingidos pela verdade inexoravelmente atirada em suas caras a cada encontro familiar: Começou ai a torcida pelo meu fracasso e por minha miséria pessoal para provar que nem só de inteligência vive o ser humano (fato obviamente provado nos dias de hoje) e que os antigos estavam senis e haviam pego um azarão fracassado para primo DNA e gênio familiar.

Ao atingir a idade escolar os problemas aumentaram,pois não sendo rico e (ou) filho de alguma autoridade ditatorial, eu jamais poderia ser mais inteligente do que os que o eram. Porém eu o era ! e acima de tudo ainda havia desenvolvido uma superioridade aparente, um desdém por figuras de autoridade que não fizessem por merecer ( o que naquele período eram praticamente todos), uma total ausência de paciência para com os boçais e para completar a desdita : ainda estava desenvolvendo uma forte atração pelos conceitos que deram origem a revolução francesa e a revolução Bolchevista; tudo isto repito acontecendo sob o manto escuro de uma ditadura militar.

Tudo isto culminou com um censo de revolta e de inadequação ao meio que realmente causou-me problemas: a violência domestica, a ausência de caráter de meus pais, lesbianismo associado a traição em casa, inaptitude da escola em manter-me interessado e atento devido as boçalidades como OSPB, Moral e Cívica Religião e todas as mentiras históricas as quais eu já havia pessoalmente por meio de pesquisas desmascarado, isto sem mencionar que os grupos organizados de GBO’s (grandes bobos e otários) já haviam me selecionado para saco de pancadas: aqui um adendo; uma vez apanhei de 28 alunos sem deles tentar fugir ou correr e brigando até cair; (logo depois consegui vingar-me da grande maioria deles de forma bem objetiva e contundente) a partir desta fase, descobri o álcool como companheiro e apoio moral, logo depois as delicias do Tetracloroetileno e logo depois as maravilhas chapantes e tranqüilizantes da Canabis; graças a quem não tornei-me um parricida ou matricida devido a sua imensa capacidade de remover quase cirurgicamente a dor que invadia meus dias e minha vida como um todo.

Levei muitos anos para compreender que não era eu o culpado e sim a mediocridade que me cercava e nauseava; que o mundo é feito de uma gigantesca e avassaladora maioria de indigentes intelectuais e oligofrênicos e uma casta de cegos de um olho que determinam o que os outros (a maioria ) irão fazer, pensar e crer; e lá no fim da dizima estão as poucas pessoas como eu que nasceram com a maldição da clareza e da certeza de que eles estão certos e os outros apesar de serem a maioria encontram-se obtusa e irremediavelmente errados, desta linha de pensamento em meus dias de adolescente aos dias de hoje adulto e maduro, vejo que posso sem nenhum tipo de constrangimento ou falsa modéstia escrever e publicar que:

_ compartilho com grandes homens da história; aqueles que foram execrados e assassinados pela e para a turba ensandecida para a malta em transe ou em um estado de torpor moral, envoltos em catarse coletiva que a eles agradava e criava grandes momentos da história como a Santa Inquisição, As fogueiras em Salem a memorável “Noite dos Cristais, e a ridícula “Marcha com Deus (?) Pela Liberdade”. Sinto-me honrado em compartilhar a incompreensão da plebe ignara e o ódio das elites dominantes (que também compartilham da obtusidade porém sem jamais dividir o butim dela oriundo) seres que me antecederam anônimos como eu ou famosos ; porém sempre tendo em comum o desapego pela mediocridade vigente e um desrespeito profundo pelas linhas guias da sociedade de seus (e meus) dias.

Pagaram eles por suas visões e credos com suas vidas conscientemente, eu já dispus inúmeras vezes da minha, jamais temi a morte, jamais fugi das lutas, jamais me acovardei, tenho consciência de que algum dia o inevitável me atingirá,não serei esquecido e mesmo após minha morte prosseguirão tripudiando sobre minhas visões e sobre as coisas nas quais acreditei. Prossigam, não me importo mais! Aliás já se vai longe o tempo em que eu buscava a aprovação e a aceitação por parte dos meus ‘?semelhantes?” e pares . Pois a partir da constatação da verdade e da inevitável realidade eu já me acostumei a não tê-las.



Saudações



Alcir de Souza





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