Amo suas pernas varicosas,
as primeiras pernas que vi,
as primeiras que percorri,
mapeando veias estanques.
Emoção fluida represada.
Amo seu ventre flácido,
contêiner elástico,
absorvendo.
Distender contínuo,
digerir eterno,
fome insana,
sede de vida.
Amo suas nádegas,
casca de laranja à muito desbagaçada,
chupada,
usada,
e jogada fora.
Amo seus seios estriados,
riscos de teias de aranha,
marcas do íntimo na pele.
Traços das tramas que tece.
Amo enfim esse corpo,
perfeito reflexo da alma possessiva,
revelador da mente da aranha,
que espreita,
e num momento de distração,
capturou-me jovem,
e me suga,
me suga,
e me suga... |