morde abraça beija rebola e prende para
soltares de seguida sem a fera interior
a definir o futuro breve morde agora
que o instante nos chama abraça a dúvida
para a destruires com o teu fogo avança
nos meus recuos chama a voz da espuma para
reatraires um gesto de loucura e prende
já este uivo que se solta no momento
em que voltas e te dás para te prenderes
ao desejo que te liberta solta solta
solta os membros que agora abraçam o corpo
novo que desenhamos os dois rasgamos correntes
que não nos ferem para criarmos laços
que mastigamos na doçura do abandono e ainda
morde a sanidade que nos chama à terra e salta
para dentro de nós que a pele ferve de antecipação
e aqui arde a lareira do nosso ser sê tu ou nós
ou que queiras que não há nomes que aprisionem
o significado desta entrega que desamarra e
potencia o beijo a loucura eminente sem um
leito que restrinja este rio que destroi
a cama ou o chão e nos oferece asas que amamos
e batemos com elas na cara do vento e passamos
a desejar não possuir nada estar apenas em
fogo e seiva em nós e fora de cada um dentro
do interior fora do exterior mais além
e anteriormente à mente que aqui se cala no
silêncio abrupto da paixão...