---- A evidência está em altar e foi-se implantando subreptíciamente no decurso dos últimos trinta anos: o valor intelectual dos indivíduos deixou de passar a pente fino e hoje em dia qualquer habilidoso piolho sobrevive à catação. A mim, tão só, um única interrogação se me põe: por quanto tempo mais o tecido corrupto do intelecto aguentará sem romper? Praza que seja só por si e paradigme os figos: que rompa de pódre!
---- A inversão de valores é insustentável, como qualquer outra semelhante anomalia, inclusivé a dos indivíduos, por exemplo, que andam por aí a fingir que são mulheres ou vice-versa. A história da humanidade relata a desagregação sucessiva de civilizações que se deixaram minar pela inversão intelectual: claro como a água mais límpida!
---- O zénite crítico aflora-se-me, sinto-o no horizonte das sensações. Após o caos o intelecto enformado e válido assumirá a reconstrução e um outro tecido mental se produzirá.
---- Quanto à Usina, Musilene, Tu não careces de escudeiros ou impantes protectores da Tua razão. Tu és o meu próprio lado, esse ente que sabe tomar-nos o braço e não nos ilude com abismos fictícios. Se Padeira de Aljubarrota houve, Tu ocorres-me Forneira do Rio a estorricar os labéus. Mãozinha que Te desse... Tomar-Te-ia um das mãos...
---- Quem tocar em Ti, Mulher, fica a arder!
---- Sobre o quotidiano usinal, não invejo absolutamente nada quem ousa subir pela escada da escondidade. Prefiro dar um coice no monitor e escaqueirá-lo com a irritação. Algumas dezenas de usineiros - que não levei a sério - avisaram-me das técnicas capazes de tudo para humilhar e rebaixar quem quer que fosse. Ainda vou a tempo de poupar os lábios e, aqui, doá-los a um sincero e esclarecido beijinho de amizade à minha Musa Brasuca que, dê tudo de negro, pode contar com este Portuga.
----------------- Torre da Guia ------------------