O vereador do PDT José Carlos Bombonatti, 52 anos, conhecido como Tambu, sua filha Luciana Cristina Gomes, 33 anos, e mais dois outros réus foram interrogados ontem na 1ª Vara Criminal de Capivari.
O vereador foi preso no dia 9 de outubro de 2007, acusado de tráfico de drogas, manutenção de casa de prostituição e corrupção de menores. Ele espera o julgamento na cadeia de Sorocaba, enquanto que a filha encontra-se na cadeia feminina de Charqueada.
No decorrer do processo, serão ouvidos mais de 40 cidadãos, que testemunharam os crimes atribuídos ao vereador.
Segundo consta no inquérito policial, Tambu mantinha no Bar das Morenas, de sua propriedade, onde trabalhavam sete mulheres, uma adolescente de 14 anos, que era obrigada a manter relações sexuais com ele, em troca de maconha e crack.
As investigações contra o legislador começaram no dia 3 de agosto de 2.007, depois das denúncias seguidas de cidadãos, à Delegacia de Defesa da Mulher de Capivari, sobre o tráfico de drogas, e exploração de prostituição que ocorriam no bar do vereador.
O boteco era freqüentado por caminhoneiros, e as investigações da polícia confirmaram as denúncias feitas por populares.
Nos fundos do bar havia cômodos conhecidos como "casinhas", onde em um deles, o membro da Câmara Municipal mantinha a moça, que era homossexual, dando-lhe entorpecentes em troca de favores sexuais.
As testemunhas ouvidas na delegacia, disseram ter Bombonatti, que residia num aglomerado de casas simples no bairro São João em Capivari, preferência por mulheres homossexuais, por temer ser traído por outros homens.
Segundo consta também dos autos do inquérito, as sete mulheres que atendiam seus clientes nos cômodos, existentes nos fundos do botequim, comercializavam drogas como crack e maconha.
No dia em que foi preso (9/10), José Carlos teria sofrido mal-estares e por isso, atendido no Hospital dos Fornecedores de Cana. Recuperado ele foi conduzido à cadeia, onde aguarda o julgamento.
Com base nas provas existentes no inquérito policial a justiça de Capivari decretou a prisão preventiva do vereador e sua filha.
A defesa do edil impetrou habeas corpus a seu favor, mas o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo negou-lhe o pedido.
Os crimes de Tambu apurados pela polícia foram apontados pelo vereador Valdemir Alves de Oliveira, o Nei Turmeiro, por meio de três requerimentos dirigidos à presidência da casa, protocolados no dia 10 de janeiro de 2.007.
Na época das denúncias, os fatos não mereceram atenção do poder público, porque Nei estava sendo processado por ter oferecido R$ 5.000 e um veículo de R$ 15 mil, à Tambu em troca do seu voto para a eleição da Mesa-Diretora.
Nei Turmeiro perdeu o mandato parlamentar, por cassação, no dia 5 de abril de 2.007.
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