Lia no escuro com as luzes apagadas, assim conseguia prestar atenção nas palavras sob o barulho que vinha lá de fora. Silvos. Buzinas. Sirenas. Correria nas escadas. Bateram na minha porta. Abri, uma garota. Criança. Menina.
—Me ajude.
Entrou correndo pela casa. Eu parado na porta. Policiais empunhando armas automáticas vem em minha direção. Puta que pariu. Entram dando encontrões.
—Onde ela está?
—Olha no quarto. NO QUARTO!
—CUIDADO!
—CALMA, PORRA!
Para mim:
—Quem é você?
Puta que pariu.
A menina havia se escondido no banheiro, se enfiou atrás da privada, os policiais deram três tiros no vaso de louça; a tiraram com vida.