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Poesias-->Sombra do meu pai -- 26/08/2002 - 21:33 (Jeyson Reis Barbosa) |
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Quando eu era pequeno
Por onde quer que você fosse
Pai,
Eu te seguia...
Pelos quartos da casa
Pelas ruas
Pelos campos de futebol
Pelos bares
Até no trabalho...
Pai,
Eu te seguia impávido
Persistente
Apaixonado...
Por todos os caminhos
Que eram permitidos
Meus olhinhos infantis,
Inocentes
O seguiam...
Pai,
Lembra-se de quando cresci?
Comecei a me tornar um homem
O senhor foi meu espelho
Meu amigo
Às vezes confidente...
Pai,
Quantos conselhos
Quantas aventuras
Quantos domingos ensolarados
Quantos bate-papos gostosos
Às vezes banhados a cerveja
Quantas festas...
Pai,
Se eu soubesse que seria assim
Tão
Curto
Rápido
Passageiro...
Ah pai!
Eu teria aproveitado melhor
Cada átimo de segundo
Cada carinho
Cada olhar
Cada sorriso
Cada bronca...
Pai,
Por que arranhaste meu espelho?
Por que deixou
Que os prazeres voluptuosos e sujos da vida
O arrastassem pra longe de mim?
Pai,
Não tenho mais a quem seguir
Carente, adotei outros pais
Mas eles não sabem que os adotei
Eles me fazem companhia as vezes
E as vezes, neles vejo
Com saudades
O senhor...
Meus olhinhos AINDA infantis,
Os procuram cativos na face deles
Mas nunca te encontro
Senão na lembrança...
Pai,
O que mais me dói
É que não o perdi para a morte
Mas o perdi para você mesmo...
Pai,
Tenho visto apenas sua sombra
E apenas a sombra do que um dia
O senhor já foi
E nesse vulto decadente
Pai,
Jogo a luz do meu olhar...
Amor e tristeza se debatem como titãs
Dificultam as palavras
Anuviam os olhos
Deixam na mente o rastro doce e amargo
Da batalha entre passado e presente...
Pai,
Enquanto as lágrimas quentes rolam
Eu o agradeço por tudo
E prometo a mim mesmo
Nunca mentir assim,
Nunca ferir assim,
Nunca trocar assim,
Nunca abandonar assim...
Pai,
Os filhos meus.
Que Deus me ajude!
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