Você me surpreendeu no escuro com um beijo
intenso no meu pescoço.
À meia-luz, mal pude enxergar seu rosto, mas o
seu cheiro inconfundível amenizou meu medo, me
indicou quem agia.
Tentei dizer alguma coisa e você
rapidamente levou sua mão suave a minha boca.
Aprisionou minhas palavras! E com intenção
calculada tinha em mente dominar, fragilizar.
Você conseguiu o que queria. O chão já não
existia. A respiração sofria espasmos. Eu morria!!
Tentei me salvar, controlar o que restava.
Então, de caça tornei-me caçador. Joguei seu
corpo à parede e levantei seus braços para o
alto, para o céu. Só assim enxerguei melhor seu
rosto, o negro de seus olhos harmonizados com a
escura noite.
A lua que delicadamente esculpia seus contornos revelou seu corpo nu. A partir deste momento, novamente, fiquei a mercê de seu comando. Como atrapalhar um plano tão bem armado,
esquematizado, de desejos incontroláveis? Naquela
altura da minha boca fracamente saia: Sim! Sim! A
noite é sua, toda sua!
Meu corpo é seu, completamente seu!!
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