Missa diferente na Catedral
Terça-feira à noite. Surpresa, encontrei a igreja em festa, cheia de gente. De repente o cortejo, a passos lentos, veio entrando, anunciando o arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, dom Euzébio, o celebrante. O povo aclamou com palmas, vibrante. Ao ver tantas mitras e o número de acompanhantes, meu Deus do céu, pensei, missa cantante!
Ainda pequena, detestava ouvir o bispo - que as orações cantava - naquela toada irritante, demorada e sempre igual. Mas ontem foi diferente. Antes de mais nada, teve discurso inicial. Dom Euzébio explicou que há cem anos, quando aqui se criava o bispado, tendo a cidade como centro do reinado, São Paulo se elevava à Arquidiocese. No dia oito de junho de 2008, tanto Taubaté como a capital comemoram o centenário do movimento episcopal. Haverá grande festa conjunta, com missa celebrada pelos de cá e os de lá, no campo de futebol.
Acabada a falação, passou-se à oração, a toda hora interrompida pela cantação. Bonita, animada, acompanhada de palmas ritmadas, até mesmo na hora da comunhão.
Só por vezes a voz de um padre entoava a louvação, seguida de longo Aaaaaménnnnnnnnn! emocionante, arrepiante, da multidão.
Beatriz Cruz
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