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Poesias-->como um dedo de luva -- 28/08/2002 - 21:19 (f. mendes) |
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talvez a saída seja mesmo
um tiro na testa
a raiz do problema
logaritmos
mar, ritmo
o sangue correndo nas minhas veias
o sorvete derretendo em taça
gosto de avelã é o que sinto na boca
quando penso nos amores de amanhã
doce, efêmero, deixando resíduos
o silencio na praça é um indicio
de um sábado sem brilho
o mundo está cansado da sua própria farsa
e esta
feminina como a vida
caminha descalça
numa dança destrambelhada
num espelho sem reflexo
talvez a saída seja uma vida regrada a sexo
o revólver sobre a banca da pia
sinto um estranho desejo
lavo a arma com água e sabão
escorrega das minhas mãos
o disparo espanta os poucos pombos que visitavam o jardim
e a bala invagina a minha pele
como um dedo de luva
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