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Artigos-->O DEVER DO POVO -- 12/06/2008 - 16:10 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




O DEVER DO POVO



“Concidadãos:



A eloqüência destas vozes, tantas e tão elevadas, que baixam das alturas do espírito; este rumor, que sobe das entranhas da terra; essa multidão, cuja massa evoca e condensa o concurso de milhões de almas ausentes; este espetáculo que já se parece representar no cenário do futuro; todas estas impressões de um passado que se despede, de todos estes sinais de um mundo novo, que assoma no horizonte banhado em indecisa claridade; tudo nos está mostrando que a consciência brasileira desperta, que a consciência brasileira está viva, que a consciência brasileira se reergue, que a consciência brasileira não se acha mais disposta a sofrer os coices das brutalidades, imbecilidades e ferocidades que convertem as repúblicas bastardas em espojadouros de instintos abjetos, costumes descarados e paixões vergonhosas.



Povo brasileiros! Reclamai, e vos escutarão; exigi, e tereis; ordenai, e sereis obedecido; sabei querer, e tudo vos cederá.



Uma nação não se deve recear senão da sua própria inconsciência, da sua própria relaxação, da sua própria cobardia. Não corrais, como as crianças, de carochas, de cucas, de almas do outro mundo. Sois o povo, Sois a nação. Sois o Brasil. Ante a vossa vontade, ante a vossa autoridade, ante a vossa majestade, mandões, facções, minhocões não valem nada. Soprai, e vereis como rebentam as bolhas de sabão.



Adotastes, nas vossas instituições escritas, um governo de legalidade, um governo de justiça, um governo de liberdade, um governo de soberania popular. E tudo vos tiraram. Despiram-vos da soberania, roubaram-vos a liberdade, subtraíram-vos a justiça, puseram-vos fora da lei. É todo o vosso patrimônio moral que se foi. Fazei questão da sua posse. Empreendei a sua reconquista. Ponde a vida e a morte na sua consolidação definitiva. Se em quatro anos o perdestes, não há razão para que em quatro anos o não tenhais reavido, ao menos nos elementos capitais da sua recomposição.



Mocidade brasileira! Esperai, mas não arrefeçais, não vos entregueis, não percais de vista a meta rutilante da vossa estrela.



Povo brasileiro! Sede paciente, sede cordato, sede refletido. Mas não sejais descuidado, não sejais indiferente, não deixeis de ser firme, resoluto, intrépido na obra da vossa regeneração, na reivindicação dos vossos foros, na guerra aos corrompidos, aos parasitas. (....) Transigi, meus concidadãos, meus amigos, meus irmãos: transigi com as contingências da realidade. Transigi, onde não se tratar dos direitos supremos. Transigi, e cedei, onde a transação for lícita e honesta. Porque tudo é transação no governo dos homens. Transigi, quanto puderdes, nos limites do bom senso, da boa fé, da boa razão. Mas nunca abandoneis a boa causa da vossa honra, pela qual deveríeis morrer, se com ela não pudésseis triunfar. (...)



Só os resignados ao cativeiro e à infâmia perecem. O esmorecimento é a sepultura dos povos poltrões. Não caveis a vossa própria cova. Saí daqui refeitos, para nunca mais voltardes às misérias de ontem. (...)



Povo brasileiro! Reatai a vossa história, honrai os vossos maiores, e não vos esqueçais dos vossos filhos, se lhes não quereis testar uma herança de opróbrio, haveis de colocar acima de todas as coisas, acima da paz, acima do território, acima até da vossa existência, acima da pátria mesma, que não pode existir aviltada, o pudor, o respeito de vós mesmos, o culto da liberdade. (...)



Dentro da lei, com a lei e pela lei, vós, o povo, vós, a nação, vós, o Brasil, sois o direito, sois o poder, sois a força.



Saia a opinião pública de dentro de si mesma, declare-se, levante-se, e vença. Onde quer que apareça, reinará, como divindade esperada que se revela.



A democracia, o governo do povo pelo povo, não é outra coisa: o império da opinião, cercada e servida pelos órgãos da sua soberania. E, onde a opinião pública entrar, espancaram-se as trevas, raiou a luz meridiana, sumiram-se vampiros e réptis, entrou a grande higiene, a competência, a virtude, a moralidade assumem o poder. (...)



Com Deus, na Constituição e pela pátria



Viva a nação brasileira!"



(Mário de Lima Barbosa, Rui Barbosa, na Política e na História, Rio, 1916, págs. 366-371)



(compilado e enviado a mim pelo mano ALBERTO NUNES, um patriota da melhor estirpe)







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