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Cronicas-->Homem Laranja -- 19/04/2002 - 15:14 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hoje, lento e passadiço, torneado de horas, vi um morto encontrar sua morte defronte a muita gente sonolenta.

Fui bem devagar prá não arrendar de graça o meu medo. Fui devagar, para ganhar confiança dos magos, e me ver diante de tudo que virou bagaço de laranja-de-março.

A vida espremeu o que restava e o presenteou com a negritude do pesadelo do não-acordo, do fica aqui, do te levo depois prá mesa vazia. Lá, dos mármores !

Bondosos os homens, quando são pagos para servir aos mortos. Tratam-no até com certa insensatez, mas são seguros do que vêem,mostrando,só pro interior,seu fraco poderio diante do que se tornou nada.

São espelhos em permanente choque. Vira daqui, vira dali, no final,é tudo igual. Maestro! Faz a valsa. Mas não me leva.

É um lastro de uma morte que chegou, uma vida que se foi. Bondosos os homens que laçam assim. São indiferentes por fora, e comum a todos por dentro.Tudo frigideira de gordura mal-passada.

Mas, por dentro, sei lá, vira receio. Vira tudo riso disfarçado, amarelos sorrisos comejam naqueles experientes catadores de espíritos já obsoletos.

Hoje foi assim minha caminhada: encontrar mortos pelo caminho e temer pela minha.

- Isso passa, isso passa - diz Mariazinha abaixo de meu sobretudo - toma mais um gole que você esquece.
- Pobre Mariazinha, sabe bem o que diz !

Afinal sou forte, sou o oficial do quarto do medo e o primeiro homem do leme-batido.

Afinal de humanos, todos têm um pouco!

Principalmente quando se falar em sair rápido dali. Morte têm brecha !
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