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Poesias-->Suspiros do Mundo (Ode ao triste amor) -- 30/08/2002 - 00:18 (Rafael Campos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


De manhã a cidadezinha

Acordava tímida

Suspirando o Sol redentor

E nas ruas nada se via

E só o que se ouvia

Era o ronco de um bimotor.



E o Zé sentado,

Todo acanhado

Com o seu café em mão,

Respirava a felicidade dessa gente

Que passava em sua frente

No bar do Salomão.



E assim, pensava na vida

Que é tão mal vivida

E passa como um maremoto,

Enquanto a praça se enchia de alegria

Tal qual nunca se via

Desde um tempo remoto.



E lá voavam beijos,

Suspiros de desejo,

Iluminados por um céu azul.

A aurora assim brotava

Enquanto a criançada brincava

Banhadas pelos ventos sul.



E o Zé se levantou devagar

Sempre tentando notar

O que ninguém nunca notou.

E andou por toda a praça,

Cantarolando a desgraça

De quem nunca amou.



E andando tão sozinho

Procurava um caminho

Que outro alguém jamais trilhou.;

Mas avistou uma moça

Que, diferente de tantas outras,

Assim se apaixonou.



O Zé a olhou com atenção

E disparou o coração

Quando o olhar ela retribuiu.;

E do olhar nela fez-se um esboço,

E do esboço surgiu no rosto

Sorriso tal qual nunca se viu.



E nesse belo repente

se aproximaram lentamente,

E foram se apresentar.

Seu nome era Amanda,

E tal qual a flor que encanta,

Puseram-se a conversar.



E a tarde foi chegando,

E a praça esvaziando,

Com a brisa que sopra do mar.

O frio era cortante,

Mas nada naquele instante

Podia os separar.



Tocaram-se as mãos singelas,

E com as rosas belas,

O Zé lhe disse assim

Que se encontrariam às oito horas,

Para que sem demora

Tivessem uma noite sem fim.



E tomaram seu rumo,

Embora nada mais nesse mundo

Pudesse agora importar.;

E seus pensamentos se verteram

Para o amor que conheceram

E que nem Deus podia separar.



Amanda se fez bonita

Como nunca mais seria

Para outro homem qualquer.;

E o Zé se esqueceu da vida

que outrora era ferida,

Mas agora já não é.



Às oito, na praça amiga,

O Zé a viu, tão linda,

Que uma lágrima escorreu.;

E mataram a saudade,

O mundo era só felicidade.;

A dor antiga ali morreu.



E noite adentro eles dançaram umas

Danças silenciosas como a bruma,

que só quem ama pode entender.;

E se fizeram juras de amor,

A vida toda ao seu redor parou,

Quando as palavras cansaram de se dizer.



E quando as bocas se calaram

E os olhos se cruzaram,

Um beijo doce ali nasceu.

E a noite se tornou dia,

E o dia não mais nasceria

Depois do que aconteceu.



O Zé saiu cedo pela rua

Atrás do amor que era sua

Única razão de ser.

E depois de muita procura,

Descobriu a verdade dura.;

Viu a crueldade de viver.



Pois na noite outrora bela,

Tal qual o apagar da chama de uma vela,

O seu destino quis lhe trair.

Anjos desceram do céu até Amanda,

E levaram de volta sua alma insana

Por um amor que Deus não quis unir.



E o Zé chorou lágrimas

Que ninguém mais

Ousaria de novo chorar.;

E ele amaldiçoou o homem,

E seu Deus que, tão puro,

Era incapaz de amar.



Subiu ao alto do armazém da cidade

Procurando alguma verdade

Que pudesse o salvar.

E num momento desesperado,

Ouviu-se um grito abafado,

Quamdo Zé se lançou ao ar.



Com lágrimas nos olhos,

Avistou Amanda no horizonte,

E tentou suas asas alcançar.

Mas a imagem sumiu,

E toda a vida se esvaiu

Por entre as dores de amar.



E o povo da cidade não entendia

Por que ele alí jazia

Numa poça de sangue no chão.

Foi-se Amanda, e morreu José

Com o rosto marejado

E a mão no coração.



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