Na lareira as cinzas dormem...
Saudades emudecem todo ar.
Nossa cabana, sem você está vazia!
A sua ausência umedece meu olhar.
Pingos da lua vazam pela sala
Por entre falhas do forro de capim.
Vão formando uma névoa, tenra, rala...
Em meio a ela, vejo seu rosto me sorrir.
Eu me surpreendo... Paro, tremo, rio!
Em devaneio quero afagá-lo com as mãos
Ele se esfumaça, se esgarça em finos fios...
E pelos dedos vai se esvaindo pelos vãos.
Tento agarrá-lo, prendê-lo... É em vão!
Em rodopios, ele se desmancha num clarão.
GUIDO CARLOS PIVA
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