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Poesias-->FANTASMA~~~~~~ -- 31/08/2002 - 13:44 (Ari de souza) |
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Confesso. Confessas?
Que se deito, se adormeço
Entre cobertas me despertas
E de medo, credo, vendo abertas
Janelas em alvoroço
Cortinas em vivas figuras
Causa-me tonturas
Batidas impassíveis no peito.
Mas não passas de um espírito
Solitário feito vento
Sem casa, sem leito
Entre todos
Vão espaço para se abrigar.
Confessas. Arrependes?
De fazer-me crueldade
E dos sonhos tranqüilos
Lançar-me na mórbida realidade.
Jogar assim, sem trégua sem fim
Em laço descontente.
Então, espírito carente
Se vem entre luas
Olhos de borboletas
Tirar-me o descanso
E com que sutileza
Espera levar-me para teu mausoléu?
Tua face pálida
E suas asas frágeis
Seu vôo sobre acrópole
Seu reino frio
Seus desejos antigos
A umidade da terra
O desfazer-se dos mármores
As rosas murchas
As sombras paradas
A sua espera por mim.
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