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Poesias-->Minha Criatura -- /oa/pess - 112 (Eu) |
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Na insignificância de ser só isso,
Merecia ao menos, poder.
Poder conseguir.
Conseguir esfacelar essa tal covardia.
Esquecer esse fantasma que mora em mim.
Queria assassiná-lo com suas próprias mãos,
Para não ter que tocar nele e
Perceber que faz parte do meu eu,
Assim como o Carbono.
Ah se eu pudesse me livrar dessas
Tórridas correntes que fogem da matéria,
Mas que atam meus pés, minha alma, minha boca.
Sonho meu, em pensar que
A mais rica e perfeita covardia deixaria.
És inútil e ainda ocupa
Um lugar que não é seu.
Quanto já não corri, me escondi,
Jurei que o tempo iria me esperar.
Assim, adiei as mais belas
Canções e surpertições.
E antecipei o surgimento de um monstro,
O medo!
Essa criatura é tão avassaladora
Que me obriga a esquecer sorrisos,
Me faz calar o silêncio
E não deixa-me molhar nessa chuva
Que a tanto espero.
Desejando de chuviscos à tempestades,
Nessa insignificância do meu eu. |
Comentarios |
Lita Moniz - 01/07/2020
Parabéns, texto maravilhoso, divino
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