Ali estava ele,
por detrás da parede de vidro tendo à sua frente à imensidão do mar que quebrava na beira da praia...
mas o homem que ali estava não enxergava o mar, não ouvia as ondas explodindo na areia.
O homem que estava por detrás da parede de vidro tinha seu olhar p’ra lá da imensidão deste mar.
Ele nada via. Ele pensava, ou melhor, lembrava...
Lembrava do toque das suas mãos na pele macia . Lembrava da suavidade dos cabelos entre seus dedos , lembrava do cheiro que se desprendia daquele corpo, da proximidade que os dois tinham estado.
Estivera perto demais, estivera tão próximo que agora, passado já um tempo, ele ainda sentia o leve tremor que tinha percorrido suas mãos.
Lembrava de todos estes detalhes e por isso ele não enxergava as ondas que quebravam na beira do mar...
Das lembranças o homem passou ao sonho.
No sonho ele a vê, a toca, a tem...
Do sonho ele voltou à realidade, com a realidade
voltou à imensidão do mar,
do mar voltaram as ondas que se quebravam na beira da praia.
Olhando por fim para a beira da praia,
quando o dia já se preparava para findar,
julgou o homem ter visto pegadas que se dirigiam para as águas do mar.... |