Quero janela aberta, onde eu me debruce, para ver o tempo passar.
Pintarei portas azuis onde não houver nenhuma.
Estações terminais superlotadas são adeuses.
Quando abrigo é prisão, o dia não vem.
Não te peço mais do que me pedirias: devolve minha paz!
Quando a palavra tem dono, os cárceres se enchem de presos políticos.
A pessoa que estou esperando não vai chegar nunca.
A quem vou entregar a alma, para liquidar minhas dívidas?
Estou envergonhada de ter-me doado a quem não merecia.
Há certas coisas que, quando se quebram, não tem mais conserto.
Quando não restar mais nada do meu mundo, há-de ficar um resto de mim.
Espero que não encontrem pedra no lugar do meu coração quando realizarem autópsia.
Encostei ponta do lápis no papel, para escrever poema, mas um muro bloqueou minha passagem.
Quando a gente não pode esquecer, chora.
No monólogo, o deserto se amplia.
Todos são iguais perante a lei. Mas, por que eu sou tão diferente?
Não preciso de roupa nova para ficar elegante.
A crítica só existe se o texto valer a pena.
No meu jardim, não existem apenas ervas daninhas.
Para cada pessoa que está contra mim, há uma outra que me apóia.
Mesquinharia rima com mediocridade.
Viver não é problema. É desafio.
Não aceito a derrota como ponto final. Tentarei de novo, até que tudo dê certo.
Quando me perguntarem "Como vai você?", responderei sempre: - Maravilhosamente bem!
Todas as pessoas se sentem bem com o elogio. Ainda que falso.
Se eu começar a cavar minha própria sepultura, logo estarei enterrada nela.
Quem se lembra continuamente da pobreza, será sempre pobre.
Não aceitarei a etiqueta de preço que foi colocada em mim.
Princípio capitalista: sucesso não é cortar despesas. É aumentar vendas.
Jamais conheci alguém que tivesse enriquecido por economizar palitos de fósforos...
(Do livro "Cronicas do amanhecer").
Maria José Limeira é escritora e doce jornalista democrática de João Pessoa-PB.