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cronicas-->Quando eu for embora -- 22/04/2002 - 10:09 (Maria José Limeira Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
QUANDO EU FOR EMBORA
Maria José Limeira

A gente só esquece um amor quando sente outro corpo encostando, bem de mansinho.
Quando a paz se acaba, a gente desce ladeira abaixo, atrás de outro caminho.
Eu pensava que meu corpo estava gelado. Até que o sol surgiu.
Jurei que nunca mais amaria. Mas meu corpo está sempre dizendo o contrário.
Quem chora sobre o leito derramado se lambuza.
Lua cheia no céu. Na terra, serenata. Há coração que aguente?
Tentei esquecer. Mas, o dia está sempre nascendo. A tarde cai. A noite é um manto frio.
Somente escuridão sabe contar histórias.
Minha aldeia tinha árvores, com passarinhos cantando. Tinha barqueiro remando. Coisas do século passado.
Onde vou descansar meus olhos?
Se, um dia, eu voltar no tempo, não vai mais ser possível o reencontro entre eu e você.
Esta lágrima que escorre no meu rosto desliza na minha infància, foge pelos recantos escondidos dos meus segredos, e esbarra no impossível.
As pessoas que morrem antes da hora prevista ficam repercutindo, como notícias amarfanhadas de velhos jornais.
Tenho certeza: se, um dia, eu for embora, não farei falta a ninguém. Por isso, não vou. Fico!
Folhas mortas que pisei continuam cantando hino de amor em homenagem à Terra.
A Humanidade é o único gesto da Criação que não deu certo.
No dia do meu aniversário, uma criança esquecida se levanta à procura do elo que se perdeu.
A primeira carta que escrevi começava assim: Meu amor... A última terminou desse jeito: Ingrato!
Seria ótimo se, quando a gente se separasse de alguém, nunca mais o visse.
Não há nada neste mundo, por mais que doa, que um bom banho de chuveiro não cure.
Um sonho esfarrapado pode ser maior do que uma idéia brilhante.
Quando perdi as asas, passei a voar de avião.
Solidão é quando a gente ama alguém que não vem mais.
Desencontro é ir para a cama com um homem e chamá-lo pelo nome de outro, com os olhos semi-cerrados.
Desamparo é não ter por quem chamar.
Quando a gente se perde de si mesma, ninguém mais consegue nos achar.

(Do livro "cronicas do amanhecer").
Maria José Limeira é escritora e doce jornalista democrática de João Pessoa-PB.


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