Usina de Letras
Usina de Letras
149 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62219 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10362)

Erótico (13569)

Frases (50614)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140800)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Infanto_Juvenil-->A Conexão Verde II - Os biopiratas nunca foram embora -- 04/05/2002 - 22:31 (Edmilson Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A Conexão Verde II - Os biopiratas nunca foram embora


PRÓLOGO
No Limit se concentrava em decifrar estranhos códigos em Java emitidos de um lugar distante em outro continente, talvez na América Latina, Talvez no Oriente Médio, que chegaram até ele pelo canal exclusivo e ultrasecreto do Autaninter, o maior clube de hackers do mundo. "What is this, boy?", perguntava a si mesmo diante de tão complicada mensagem. Quem mandou, entretanto, pouco importava porque, sabia ele, tratava-se de um "cyberbrother", do Autaninter. "I Think Cyber Don Richards send me it", dizia ele, diante de seu velho e turbinado Pentium III. Don Richards era um cyberbrhoter de Israel, e se tratava de um dos mais ousados hackers do Oriente, conhecido berço de especialistas em computador. Era fundador do Autaninter. Graças a ação de Don Richards, Israel ganhou tempo de negociar um tratado de paz com o povo Al-Kayab, que vive em território tido como pertencente aos israelenses. Um terrorista, em nome de Al-Kayab, anunciava uma ofensiva de bombas sobre cidades de Israel. Um homem lançaria uma pasta preta de um edifício sobre uma rua movimentada de Belém para fazer várias vítimas mas a bomba eletrônica foi desativada desde Jerusalém, onde Don mora, através de hackeamento do sistema de detonação. Vendo que o melhor caminho seria a diplomacia, líderes Al-Kayab firmaram o acordo de paz e todos estão bem relacionados até hoje.
Don era o único no Autaninter que usava nome completo (seu pai é inglês) e não omitia o local de morada -a cidade sagrada de Jerusalém. Difícil era localiza-lo. Agentes secretos do mundo inteiro tentaram mas jamais conseguiram sequer chegar a cem metros de onde estava -muitas vezes em quartos secretos de mesquitas.
Don Richards era, na verdade, o melhor do mundo.
Mas uma coisa chamou a atenção de Don: a bomba que seria detonada em Belém era de plástico com conteúdo gasoso. O gás era produzido á base de uma planta de nome indígena, que Don não encontrou dificuldade para pronunciar: Aitasca, fartamente encontrada na fronteira do Acre com o Amazonas, no Brasil, e muito usada em rituais indígenas. Pesquisando, Don descobriu que a palavra Aitasca é uma variação de Caramuru (pau de fogo) porque a planta libera fumaça quando submetida a uma temperatura acima de 110 grau Celsius.
Decidiu mandar uma mensagem cifrada para No Limit, em Sidney, na Austrália porque esse Cyberbrother já conhecia a realidade brasileira. No Limit encontrava dificuldade para interpreta-la mas acabou se surpreendendo com o que dizia a mensagem -"oh, my goodness", disse ele ao perceber que a Aitasca poderia estar sendo roubada e seus princípios ativos poderiam estar sendo usados para produzir uma bomba. Naquele momento, No Limit sentiu que os biopiratas da Amazônia jamais tinham saído do Brasil.
E ele precisava acionar Cyberbrother Samuel e sua trupe.





CAPITULO I - Flash Back

As imagens ainda eram nítidas na cabeça de Samuel. Via os homens de colete preto entrando apoteoticamente no laboratório subterrâneo montado sob o rio Juruá, no Acre, enquanto cenas da chegada em São Paulo passavam em flash entre um outro pensamento. E o sujeito com cara de índio, o qual vira no laboratório em São Paulo. "O que ele fazia lá?", indagava-se Samuel. "Aquele cara não me era desconhecido...".
De fato, se fosse pensar melhor, descobriria que o cara de índio era um dos que o levaram preso até o Burra Cega, na ilha perdida no rio Guaporé, em Guajará-Mirim. Mas Samuel achou que não era nada e decidiu não dar importância para aquele acontecimento...
Os meses se passaram e Samuel estava decidido a ser jornalista. Na escola, agora no bairro de Pinheiros, em São Paulo, falava com todos sobre o assunto. Um dia, convidou um menino chamado Claude para juntos escreverem um jornal que decidiram chamar Flash Back. Claude topou. O jornal era impresso pelo computador, com fotos digitais e tudo o mais.
O Flash Back começou com uma tiragem de 10 exemplares, depois 20, 30, 40 e finalmente 80 unidades semanais. A escola inteira lia o Flash Back, especializado em notícias da internet. O Flash gerou um canal de bate-papo, o #Back, que se tornaria o mais freqüentado da cidade. Através do jornalzinho, Samuel e Claude criaram o portal Flash.com, que virou apêndice do outro.
Mas Samuel estava com saudade de aventura.
As aventuras na Amazônia, no tempo da excursão da antiga escola não lhe saía do pensamento. Apesar de muito jovens ainda, conseguiram desbaratar uma grande quadrilha. "Será?", começava a duvidar. Ele tinha razão em achar que os biopiratas ainda estavam em ação. A mensagem que acabara de receber do Autaninter indicava que suas suspeitas tinham fundamento.
Ele precisava partir imediatamente. Como sempre, avisou o pai e a mãe, chamou Claude, pediu que ele fizesse a mesma coisa e partiram.



CAPÍTULO 3 - Operação Mura-Pirahá

O código era "água boa" e podia indicar uma base instalada próxima de uma grande estrada no meio da floresta. Cruzando línguas indígenas da Amazônia com a ajuda de um programa chamado HollyWar, Samuel e Claude acabaram chegando ao rio Maici, que corta a rodovia Transamazônica, no Amazonas. Naquela região vivem os índios Mura-Pirahá, que guardam, sob grande segredo, diversos conhecimentos milenares.
O avião de Samuel e Claude aterrissou em Porto Velho por volta de uma hora da tarde. Era um dia ensolarado e não foi difícil encontrar um barco com destino a Manicoré. Dali, tomariam um rio que os fariam chegar até o Maici. Munidos de palmtop conectados a satélites, abastecido com a menor quantidade de raios solares, a dupla contava ainda com relógios que podiam ser usados como computador e falar com o Autaninter de qualquer parte da floresta.
A navegação era tranqüila. Curioso porque era a primeira vez que andava pela Amazônia, Claude passava o tempo todo no convés do recreio. Via os botos cor-de-rosa fazendo malabarismos na frente da embarcação, subindo e descendo pelas águas escuras do rio Madeira.
-Olha lá, que canoinha pequena! -espantou-se ao ver meninos remando em suas canoas que mais pareciam barquinhos de papel.


Já era noite quando ouviu-se um barulho no casco.
-O que foi isso? -perguntou Claude, que tentava tirar um cochilo na rede.
-Acho que bateu em galho de árvore -respondeu Samuel.
De repente, o barco foi descendo como que tragado pela água. Ouviu-se gritos de mulheres, crianças, os passageiros estavam em pânico. Samuel foi jogado contra a parede enquanto via Claude rolando pelo chão. A gritaria continuava.
Subitamente, o silêncio.
-O que está acontecendo? -perguntou Claude, falando alto.
-Parece que sumiu todo mundo...essa calmaria... o barco não está mais chacoalhando...
-Como vamos chegar aos índios. Essa operação parece que não vai dar certo. -dizia Claude.
Era só para tentar disfarçar o medo.






CAPÍTULO 3- O dia em que a Terra parou


-Que silêncio estranho... nem parece que estamos dentro de um barco...parece que estamos flutuando...
-De fato, rapazes, estamos flutuando! Flutuando pelo fundo do rio!
-Que-quem é você? -perguntou Claude.
Estava diante de Claude e Samuel um homem de bigodes, com cara de índio ("essa cara não me é estranha", pensava Samuel), usando uma capa prateada, de gola multicolorida. As botas vinham até o joelho e emanavam luzes igualmente multicoloridas.
-Sou o sucessor de Cristus, o mestre dos mestres. ("mestre da loucura", dizia Samuel consigo mesmo). Cristus partiu para um lugar muito distante e bonito, onde também estarei um dia. ("esse lugar bonito só deve ser a cadeia")
-Onde está todo mundo? -Claude insistia.
-Os outros passageiros foram levados para um lugar confortável -respondeu o tal homem.
-Mas deixem me apresentar: chamavam-me Gonzalez mas sou Cristus II. Sou muito poderoso e conheço vocês muitísssimo bem. Sei que são do Autaninter ("o quê? Como foi que ele descobriu isso?) mas não tenho medo desses hackerzinhos... Da outra vez, conseguiram pegar minha gente mas desta vez as coisas serão muito diferentes.
-Eis o que vocês estão procurando:
Apareceu um telão com imagens do rio Maici, os índios que queriam conhecer...pajés pisando enormes panelas de barro preparando uma massa a partir de um cipó...

-Eles estão preparando o SuperNitrus, com o qual os extremistas orientais fazem suas bombas -falou, em alta voz, o tal Cristus II. Pagam milhões por essa substância e nós somos os únicos que conhecem a fórmula. Não é fantástico, rapazes.
Ao lado de Cristus, uma milícia balançava a cabeça em sinal de concordância com o chefe.
-Vão para a janela e verão onde estão.
Os dois foram para a janela e passaram a ter a sensação de estar num submarino. Peixes aos milhares, cardumes de todas as espécies nadavam tranqüilamente enquanto o barco seguia um rumo desconhecido para eles. ("parece história do Julio Verne, uma viagem ao fundo do mar").
-O que pretende conosco? -perguntou Samuel.
-Agora que estão aqui, vamos aproveita-los nas nossas experiências. O conhecimento de vocês é importante para aperfeiçoarmos um micro-detonador para as bombas de SuperNitrus que estamos construindo. As bombas são do tamanho de um grão de arroz mas podem derrubar um edifício de vinte andares. Nossa idéia é que as bombas sejam adicionadas às refeições. Quando o sujeito engolir, se tornará uma bomba ambulante. Com o microdetonador, os extremistas, que nos pagam muito bem, poderão acionar o dispositivo onde e como quiserem. Não é uma maravilha?
E ria. Ria muito.
-Ah: - continou o tal Cristus. -e não tentem impor nenhum sistema de hackeamento no dispositivo. Ou todos os passageiros serão mortos. Enquanto isso, olhem os índios ajudando-nos a produzir o SuperNitrus, nossa bombinha predileta. O Nitrus também serve como rejuvenecedor. Vamos melhorar a fórmula e vende-la para um laboratório amigo.
E, no telão, os pajés seguiam preparando a massa.
Eles não sabem o que têm nas mãos -pensava Samuel.



CAPITULO 4 - Cristus vai pelos ares

Do outro lado do mundo, No Limit já tinha sido acionado. Todo o Autaninter acompanhava os passos da Conexão Verde liderada pelo esquisito Cristus II.
-Acho que está na hora de entrar em ação. Vamos começar garantindo a segurança dos passageiros -anunciou NO Limit.
De Belém, Don Richards tinha especial curiosidade pelo SuperNitrus. "O nome da substância termina com US, mesma terminação do nome Cristus. É a sigla dos Estados Unidos, ou melhor da moeda dos Estados Unidos quando seguido de um cifrão.
U é a 21ª letra do alfabeto. S é 19ª.
2119... vamos ver... isso! Esse é o novo código químico do SuperNitrus: Dólar 211".
Don Richards acabava de hackear a composição químico-eletrônica do SuperNitrus e quando Cristus II foi fazer sua refeição, lentilhas com salada de soja e chicória, introduziu a composição num grãozinho desses e formou uma bomba.
Cristus nem sabia mas ele acabava de se transformar em um homem-bomba.


Um outro Cyberbrother não identificado ajudava na libertação dos passageiros do barco que Cristus II transformou em submarino. A base da Conexão desta vez ficava localizada sob o rio Madeira.
Uma mensagem começou a circular pelo canal exclusivo do Autaninter: "atenção, brothers: vamos fazer a base deles levitar, sair fora da água, para facilitar o trabalho de resgate da polícia". Em seguida, as telas foram tomadas por um seqüência de códigos da base, todos os comandos para movimenta-la.
Foi fácil para o pessoal do Autaninter. Afinal, eles são os melhores.



Alguns policiais chegaram a correr assustados.
Nunca tinham visto uma casa de metal emergindo. Era a base de Cristus II elevada aos ares pelos Cyberbrothers. A base foi colocada em terra firme e os policias entraram. A multidão de passageiros do barco estava esperando a porta se abrir.
Saíram todos emocionados, mulheres choravam e se abraçavam uns aos outros, felizes por estarem bem.


Cristus II tomou de um jet sky, furou o bloqueio policial e saiu pelo rio.
"Ah, ele não vai muito longe" -pensou Don Richards, digitando o código de detonação. Um barulho ensurdecedor foi ouvido a duas centenas de metros dali. Uma cortina de fumaça cobriu as águas turvas do rio Madeira.
-É o fim de Cristus II e seus planos terríveis de produzir bombas para terroristas -bradou Samuel.
("ele não deveria comemorar assim... um novo Cristus pode surgir") - pensava um membro da Conexão, que conseguira escapar tão logo percebeu que os intrumentos da base tinham sido invadidos pelos hackers. Ele estava escondido na mata, assistindo ao fim de seus amigos.


CAPITULO 5 - O Autaninter vence mais uma


"POLÍCIA DESBARATA NOVA CONEXÃO VERDE" -era a manchete de um grande jornal de São Paulo: "...e ação precisa do serviço de informação do departamento de polícia permitiu que mais uma facção do biopirataria internacional fosse desbaratada na Amazônia...", dizia o texto.
Em São Paulo, outro jornal dizia da possibilidade de a Conexão Verde manter relações com terroristas internacionais "possivelmente fornecendo matéria-prima para produção de explosivos".

Claude estava especialmente feliz. Agora em casa, retomou o Flash Back e as brincadeiras de sempre na escola. Samuel também.
No entanto, a tomada da base de Cristus II não lhe saía da mente. Ele havia contado os ajudantes de Cristus. Eram vinte mas quando a polícia chegou apenas 19 foram presos.
-O que será que aconteceu com o 20º? Será que escapou? Como?
-Esquece. Ninguém conseguiria escapar da gente. Você contou errado.
-É... vai ver é isso...

FIM
Esta é uma obra de ficção infanto-juvenil. Qualquer semelhança com a realidade terá sido mera coincidência.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui