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Cronicas-->Dia de Passagem -- 23/04/2002 - 09:34 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Atravessei o dia cónico transvestido de almas lavadas e ainda pendentes entre o claro e o escuro.

É fácil para todo mundo entender. Perdi um parente, de relacionamento tão frágil, como se quebram flores sem querer.

Mas ela estava lá. Não sei onde ainda. Estava e se foi igual ao içar de um vóo de um pássaro: quase ninguém presta muita atenção.

E, por termos, este relacionamento tão débil é que me surprendeu sua partida. Refleti um pouco sobre o caminho de sua vida e não encontrei nada de mais e fui cair na vala dos comuns - o que bastante me doeu.

Ela veio aqui prá convívio da gente, sem um calendário definido. Não veio para realizar grandes conquistas, não veio para mudar o mundo, nem refazê-lo. Quase igual a todos nós, pois não sabemos bem o que estamos fazendo aqui.

Esta passagem machuca porque não têm eternidade necessária para sustentar tantas perguntas que ficam sem repostas.

Parecido como todos nós: ela nasceu, cresceu e morreu. Teve dois filhos. Alegrias e tristezas se misturaram em sua vida, assim como se entrelaçam a água com o vinho.

E fica por ai? Fica.

Não passou disso. Passamos factual. Por isso, quando este sentimento bate, é que a gente vê a ansiedade de tantos homens pela notoriedade, pelas manchetes, pelos castelos, pela riqueza. A gente vê milhares desses falando mais alto, quase gritando, para sobrear o fabuloso e ganhar a eternidade que não deixa de ser passageira.

Pois o tempo é fatal: come até os eternos.

Essa meditação flui desatenta enquando sinto saudades daquela que pouco conheci, mas que me chamou minha atenção pelo seu particular amor a minha pecaminosa pessoa e sua devoção, sem detalhes, de minha conduta.Era alma gêmea.

E que danada de morte é essa que leva tanta gente que é da gente, e depois traz seus fantasmas doces para pertubar nossos sonhos?

E que durma em paz. Logo todos estaremos juntos, com fama ou sem fama.

O dia de paz para uns é trio de guerra para outros. Mas afinal, pensando nos mortos,é que a gente só fica pedindo um tempo para garantir nossa trivialidade por aqui.

Depois, podem levar. Somos uso-e-fruto, da cor do céu, azul cintilante. É para lá, dizem, nós vamos!
Depois da primeira esquina de néon ,antes da mais brilhante estrela.

E Mariazinha pergunta se quero mais um gole.
Eu digo que sim. Põe mais. O dia hoje é de levar uma garrafa !


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