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Tempo quente
O entrevero entre os militares – em especial os da reserva – e o ministro da Justiça, Tarso Genro, promete esquentar nos próximos dias. Depois de defender a punição para os torturadores da época da ditadura, Genro foi estocado pelos oficiais da reserva. Em resposta, o ministro disse, nesta segunda-feira, ter orgulho de sua “ficha” pregressa. Considerando que a grande maioria dos brasileiros desconhece a atuação de Genro durante o golpe de militar de 64, o ucho.info faz uma rápida retrospectiva do ocorrido.
Recordar é viver
Por ocasião do golpe de 64, o então militante de esquerda Tarso Genro fugiu para Rivera, no Uruguai. O auto-exílio se deu em função das inúmeras prisões decretadas à época. Com o passar do tempo, o próprio Tarso percebeu que ninguém o procurava e nada lhe acontecia. Foi então que ele resolveu contatar José Augusto Brilhante Ustra – advogado em Santa Maria, irmão do coronel Ustra e amigo de seu pai, Adelmo Genro – para saber se seria ou não preso. Na companhia do pai, Tarso Genro viajou de trem de Rivera para Porto Alegre, onde procurou o coronel Athos Teixeira, então secretário de Segurança. Sogro de José Augusto Brilhante Ustra, o coronel Athos garantiu a Tarso Genro que ele não seria preso.
Roendo a corda
Tempos depois, sob a orientação e proteção de José Augusto Brilhante Ustra e Athos Teixeira, o gaúcho Tarso Genro ingressou no Exército, de onde saiu como tenente R/2 de Artilharia. Como verdadeiro poliedro de ingratidão, Tarso Genro, agora ministro da Justiça, tenta colocar no olho do furacão a corporação que lhe deu guarida nos momentos mais difíceis. Contrariando decisões da Justiça e, principalmente, o que determina a lei de anistia, Tarso Genro quer enquadrar os militares no afã de conquistar notoriedade, com vistas à sucessão de Lula da Silva, em 2010. Ora, se trair os que lhe deram proteção e ajuda é algo para se orgulhar, que alguém explique o que é deplorável.
Que fique claro!
Em hipótese alguma o propósito do site é defender torturadores e suas respectivas barbáries, até porque a família do editor foi vítima da truculência da ditadura. Mas é preciso lembrar que, à época, contestar o poder era algo extremamente arriscado, e todos os envolvidos tinham conhecimento da extensão do perigo. O que não se pode é, décadas depois, consentir com a criação de um tribunal de exceção. Enquanto Tarso Genro quer punir os militares, ele próprio, em conluio com Lula da Silva, concedeu indenização e pensão vitalícia a Diógenes José Carvalho de Oliveira, o Diógenes do PT, então integrante da Vanguarda Popular Revolucionária. Em 1968, coube a Diógenes colocar uma bomba no consulado dos EUA em São Paulo, operação que atingiu o jovem Orlando Lovecchio Filho, que perdeu uma perna e não conseguiu realizar o sonho de ser piloto comercial. Ministro, o melhor é deixar esse repentino “bom-mocismo” de lado.
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