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Artigos-->$ujo$ e sujos -- 08/08/2008 - 17:01 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
$UJO$ e sujos



José Alberto Tavares da Silva



A Constituição Cidadã do finado Dr. Ulysses, corrigida a tempo e à revelia dos constituintes pelo eminente jurista Jobim, estabelece que



O PODER EMANA DO POVO E EM SEU NOME SERÁ EXERCIDO.



Se a primeira parte da sentença é uma meia verdade, pois, o povo não elege quem ele quer, mas aqueles que os partidos políticos, feudos de espertos e gananciosos, indicam, a parte final é uma trágica impostura. O exercício do poder, atualmente, é uma ação entre amigos, parentes e aderentes. E o povo...



Outro dispositivo que tem um enunciado bem diferente da realidade é aquele que estabelece a existência de TRÊS PODERES INDEPENDENTES E HARMÔNICOS ENTRE SI, o Executivo o Legislativo e o Judiciário. Com o presidencialismo centralizador da grande maioria dos recursos do país, capaz de atender pleitos e fazer agrados, e as páginas do Diário Oficial à disposição para bondades e maldades, é ele, na verdade quem “dá as cartas e joga de mão”. E isso se projeta para os âmbitos estaduais e municipais.



Assistimos a uma dominação inibidora de quaisquer atos maiores de independência, principalmente por parte do Legislativo, conseqüência de maiorias estabelecidas a ferro e fogo nas ridiculamente chamadas “Casas do Povo”. Exemplo maior e mais significativo da abdicação do próprio poder é a maneira como as casas legislativas recebem, goela abaixo, a enxurrada de medidas provisórias. Protestam nos microfones, mas votam como é mandado. Para melhor viver, é nítido o interesse de qualquer dos poderes em não criar problemas, para si ou para os demais.



Acontecimentos atuais, envolvendo figuras dos altos escalões, demonstraram, claramente, a preocupação das salvaguardas recíprocas.



Recente pesquisa feita para avaliar a opinião do povo a respeito da validade das candidaturas de elementos envolvidos em processos judiciais, inclusive, com a rejeição de contas como gestores públicos, chegou à conclusão que 88% ( OITENTA E OITO POR CENTO) dos consultados são contrários à concessão de legenda para que esses indivíduos concorram aos postos eletivos. Os 12% restantes, provavelmente, estão entre os citados amigos, parentes e aderentes. Apesar dessa manifestação maciça do desejo de saneamento dos cargos políticos, com o afastamento de elementos sobejamente conhecidos pelas irregularidades e mesmo crimes praticados no exercício da função pública ou na vida particular, os ilustres togados do Supremo Tribunal Federal, por maioria de nove votos a dois, decidiram que estão todos liberados para concorrer aos cargos para os quais forem indicados pelos partidos e, enquanto não forem condenados em última instância e a sentença transitada em julgado – coisa que na justiça brasileira pode se arrastar por décadas – estarão liberados para, se assim o desejarem, continuarem roubando, fazendo trafico de influência, organizando quadrilhas, praticando nepotismo, etc.



A alegação das excelências para tal decisão é de que assim determina a Carta Magna. Ora, se não fosse caso para analisar e decidir, o Supremo não deveria nem tomar conhecimento da ação. Uma vez que examinou o assunto e votou, deveria, se é que o poder é exercido em nome do povo, levar em consideração a voz do povo, que, como diz o ditado, é a voz de Deus.



Com essa sentença, o Supremo, entre outras coisas, reconheceu, implicitamente, a ineficiência e a morosidade da nossa justiça.



A realidade é que, no Brasil, existem $UJO$ e sujos. Estes últimos, candidatos a vereador ou a prefeito no interior, praticantes de irregularidades até por ignorância, possivelmente serão impedidos de concorrer pelo juiz eleitoral ou pelo tribunal regional. Mas os $UJO$ candidatos aos grandes cargos federais ou estaduais, envolvidos em maracutaias de toda ordem, passadas ou presentes, verdadeiros donos dos partidos, aos quais impõem suas vontades, com amigos em todas as esferas do Poder, estão protegidos pela decisão da Corte Suprema. A força dos $UJO$ é tão grande que, mesmo no caso de estarem denunciados pelo Procurador Geral da República, continuam impolutamente no exercício dos seus cargos, trabalhando para a próxima reeleição.



Este é o Brasil dos nossos dias, decorrência de um povo mantido na ignorância propositadamente, para a glória dos $UJO$.



Apelar para quem?





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