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Contos-->Serras Geraes -- 08/07/2002 - 11:38 (Darques Lunelli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Serras Geraes

Para Álvaro Rodrigues


O medo não é tolo, mas é triste. – ADOLFO BIOY CASARES


Num primeiro impulso, você se debruça sobre o teclado, imprimindo ritmo e força numa seqüência que lhe parece absolutamente aleatória, mas que segue um padrão muito próprio e alheio ao seu conhecimento, mas você não sabe disso.
Porque é segunda-feira, talvez; porque você chegou ontem à noite e parece que pouca coisa tem sentido, mas não é isso. Porque você não está conseguindo sequer pensar no que definiria como algo que tem sentido, porque você está vazio, você está liberto de pesos que acumulou durante muito, muito tempo, e agora não sabe o que fazer.
Ainda assim, você pensa
(não, lembre-se de que você não está pensando, você está reagindo sem saber que reage; você só está imprimindo força e ritmo
ou talvez você seja apenas o vetor
aulas de física, segundo grau, Kupske empinada vomitando conhecimentos que não lhe interessam enquanto você sonha com as cores das flores do ipê amarelo plantado no pátio em frente à escola
enquanto você ouve passos no corredor e imagina que alguém vem lhe chamar para dar um recado
pouco importa o conteúdo do recado
um recado que lhe tire dessa sala de aula onde Kupske vomita conhecimentos que não lhe interessam)
você pensa que pensa, então, que está realizando alguma coisa, mas acontece que você acessa uma página e vê, pela primeira vez você realmente vê e pensa
Procurei por você. É por você que tenho procurado.
e anota o endereço, escreve uma meia dúzia de frases hesitantes, e fecha os olhos numa prece sentida de que você não fazia idéia ser capaz.
A demora é menor do que você imaginava.
Você abre a página, abre o e-mail, lê sem acreditar aquelas palavras inacreditavelmente reais surgidas diante dos seus olhos, palavras que viajaram desde as distantes serras geraes e pensa
você pensa!
você pensa que o medo não é tolo, mas é triste.
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