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Poesias-->NATAL -- 07/09/2002 - 16:05 (Miguel Antonio Azevedo de Souza) |
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Aquela criança não consegue dormir. . .
Lá fora, houve-se músicas e muitos risos. . .
Ela está ansiosa para que a hora chegue. Naquela
Garagem onde mora, reina a paz. O seu coraçãozinho
Rasgado acolhe o seu pequeno corpo e ela não se
Importa se não houve festa, apenas espera que aquele
Anjo bondoso de barbas brancas venha trazer o que ela deseja. . .
Sua boneca de pano. As horas passam e o canto lá fora
Dobra de volume. . .Mas naquela garagem tudo é silêncio.
E a menina dorme e sonha que sua mãe é
Um anjo. . . Ela vem descendo trazendo nos braços
Nuvens coloridas como presente, seu corpinho vira-se no colchão e
Silenciosamente sua mãe retorna a casa. . . A menina ainda
Dorme. . . Ela lança um olhar sobre a menina
E retira da bolsa rota, um pequeno embrulho e começa a
Sorrir porque nunca em sua vida ela tinha ganhado um
Espantalho sequer. . . Trabalhou o dia e a noite inteira.
Sua festa? Desde que resolveu enfrentar o mundo com a filha
Pela mão, esqueceu o significado da expressão “festa”.
Em seus olhos uma lágrima brilhou, pois sua filha sorria um
Riso puro e angelical. Pegou o pequeno embrulho e
O colocou junto ao colchão, levantou-se e olhou
De um pequeno buraco que existia na porta, viu que lá fora só
Existia alegria. No seu peito a dignidade de uma mãe. . .
Os seus olhos voltam-se para aquele pequeno anjo e
Um coro de vozes canta lá fora, Noite feliz, noite feliz. . . Eu
Tenho uma flor e tenho que cultivá-la, a
Realidade às vezes dói e no seu peito um
Outro mundo explode, uma festa que é só
Sua e nenhuma outra pessoa pode participar dela.
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