Ah, deixa-me que estou cansada, doída, ferida de morte.
Meu braço mutilado, ferramenta imprópria e destoante, impele-me ao confinamento. Não tenho condições de duelar.
Vestida de desgraça enfrento meu destino: morrer dilacerada pelas feras que me aguardam no circo dos horrores.
Nada temo, já morri em vida.
Os leões famintos só terão meu cadáver para se alimentar.
Diviso ao longe um altar – minha pira funerária – lá serei reverenciada como grande guerreira.
O mar, meu derradeiro amante, acolherá as cinzas, único vestígio de minha passagem insana por esta vida sorvida até a última gota.
Escrito em 30/07/02
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