Ela é a Deusa,
absoluta e esplendorosa,
olhar altivo
a esmagar os desavisados,
pálidas figuras, pobres coitados,
que não resistem a seu fulgor.
Ela é a chama,
que se arrasta pela terra,
derramando em vermelho
seu ódio, sua revolta.
Consumindo e sendo consumida
e tu, poeta, não sabes detê-la.
Ela é a flor,
mais pura e preciosa
que viceja, radiosa,
em teu decadente jardim.
Não podes colhê-la.
Não ousas matá-la.
Ela é a Rainha
que te escraviza, fazendo-te Rei.
Ó poderoso Senhor,
dá-me tua mão que a beijarei.
Tomo tua alma, de tua vida me aposso.
Assim deve ser!
Escrito em 25/06/02
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