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cronicas-->O livro na feira -- 27/04/2002 - 09:28 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A feira do livro propõe a literatura na praça. O preço mais acessível coloca informação e cultura mais próxima da população. A feira tem a capacidade de libertar os livros da solidão das estantes e da penumbra das salas fechadas das bibliotecas e livrarias. Ao ar livre e à sombra dos jacarandás, o livro encontra acolhida nas mãos dos trabalhadores, das crianças, dos jovens e dos idosos.
O livro representa a liberdade para o recluso na quietude do cárcere, que num lusco-fusco de um estranho recanto, folheia lentamente, horas a fio, as páginas brancas de solidão. Nas folhas dos livros ouvimos os urros errantes de quem está na iminência de ser jogado na fogueira medieval. Sentimos saltarem das páginas os berros de homens e mulheres apavoradas caminhando ao encontro da morte na càmara de gás. Observamos um semblante sereno de um guerreiro em frente ao pelotão de fuzilamento. Vemos faces cansadas rogando clemência ao torturador e olhar de ódio instantes precedentes a degola. Ouvimos os soluços de saudade na oração silenciosa no altar da gruta da santa milagrosa.
Com o livro, livramos a mente e viajamos pelo tempo e no espaço. Temos claramente em nossa memória os cànticos líricos de saudosos cantores, revoadas de pássaros sobre campos verdejantes da Roma antiga. Um tropel de baguais na pampa argentina do século passado. Vemos a alegria do menino que pulou a fogueira de São João e fez os seus três pedidos a estrela cadente.
O livro nos coloca na mesma caravela de quem gritou lá de cima. - Terra à vista! Enquanto uma vela baixava diante dos olhares atentos dos índios estupefatos. O livro traz nitidamente e nos coloca lado a lado de quem pelejou por este chão e sangrou nas batalhas. Ainda podemos ouvir o eco do seu brado de guerra nos campos das missões. - Esta terra tem dono!
Temos nos livros atitudes heróicas que ajudaram oprimidos, salvaram inocentes enclausurados ou que encantaram multidões em passeatas pela liberdade. Brotam das páginas brandas a vida como ela é, como ela foi e como ela será. Pelas páginas dos livros temos a vida vivida intensamente no salto de pára-quedas a mil metros de altura ou mansamente desfrutando um palheiro debruçado na porteira da estància.
Temos nos livros a vida, a morte e a vida depois da morte. O sonho em mudar o mundo e mudar o mundo mudado. Nos livros sentimos saudades dos que se foram antes de termos nascidos, dos que estão exilados, distantes ou perdidos e dos que tombaram na luta por terra e pão na mesa.
Enfim, o livro protagoniza novas atitudes, encanta corações, destitui opressores, liberta oprimidos e nos acena com a justiça, com a liberdade e com a poesia da vida.
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