Vejo-te, minha linda princesinha, andando à beira do mar ao findar de mais um dia. Invejo o Atlàntico, que banha teus tornozelos, e o último brilho do sol a iluminar tua face. Invejo também esse calor que te envolve e toma o lugar de meus abraços. Ainda assim, tenho ciúme dessa doce brisa, que beija os teus lábios e acaricia os teus cabelos.
Quero deixar claro que estou apaixonado sem mesmo te conhecer. Ofereço, com todo o meu medo e carinho, esse amor que te devoto e torno-me cúmplice da solidão. Ofereço o meu segredo, tão secreto quanto o oceano que te abençoa. Ofereço a ti, linda princesinha, toda a magia do meu silêncio. O que mais podes querer além de um breve e triste olhar? Enfim, ofereço-te, minha linda, todo o meu platónico amor.
Boa ventura que a vida me trouxe: poder mirar-te em teu caminhar. Desfilas, em odes de verão, todos os versos deixados na areia. Perdoa-me por te despir com os olhos. Escondo minha timidez longe do teu perfume. Perdi-me na beleza de tuas curvas e no labirinto de tua poesia.
Ah, quisera eu, princesinha, ter-te ao meu lado e dar-te o poema que escrevi no coração. Te daria os meus sonhos e um pouquinho das minhas angústias. Te daria o Atlàntico, que tanto reverencias, e o instante em que uma onda morre na praia. Te daria a primeira manhã de um Ano Novo e a primeira nota de uma canção de amor.
Te vi, minha linda princesinha, andando à beira do mar ao findar de mais um dia. O sereno que cresce no lado invisível da Lua caiu sobre o teu corpo e purificou o teu espírito. Não sei os motivos de tua tristeza e nem as razões de tuas lágrimas. Mas sei que existe algo escondido em cada gesto e em cada suspiro teu.
Se fosses minha, princesinha, te daria minha vida e todas as outras anteriores. Te daria este vazio que sinto quando partes e a felicidade que me invade quando sorris. E, enquanto o mistério se esconder por trás desse sorriso, eu posso dizer que te amo e amarei mais e mais a cada pór-de-sol.
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