----- Num destes idos dias, há cerca de três meses, em troca de "e-mails" com uma Amiga, que considero poetisa solene e intensa, quando nos correspondíamos e trocávamos desabafos pessoais, daqueles que descomprimem e renovam o bater do coração, propus-lhe que passássemos a expôr-mo-nos na Usina.
----- Recebi na volta, suave e correcto, um "não" redondo.
----- Na altura não entendi muito bem a recusa, pois tratava-se de exposição útil para quem lesse e soubesse extrair os recados.
----- Hoje entendo-a. Entendo-a até nos espaçados silêncios em que se recolhe. Pois... Até quando se expõe correcta e em elevado esmero literário, as réplicas doentias logo intentam azedar-lhe o gosto e a alma.
----- E, palavra, não gosto, seja do que for, que não tenha paladar, bom, gostoso, temperado a primor.
----- E quem é que consegue isso sem sal natural!
----- Talvez só quem não tiver gosto e pretenda enganar-se a si mesmo com outros predadores recursos.
----------------- Torre da Guia -----------------
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